Coloque em prática

Como diminuir o desperdício de alimentos em casa?

Enquanto a fome avança no Brasil, o desperdício de alimentos infelizmente também. Qual é o seu papel para modificar esse cenário?

23 de Dezembro de 2021


Vivemos uma enorme contradição: enquanto a fome avança no Brasil e mais 19 milhões de pessoas não têm o que comer - triste indicador que quase duplicou desde 2014 - também desperdiçamos um total de 55 milhões de toneladas de alimento por ano no país. Estamos na lista dos dez países que mais desperdiçam alimentos no mundo, gerando o descarte de aproximadamente 30% de tudo que é produzido para o consumo. 


Segundo o relatório Fome e abundância - Incoerência brasileira, realizado em 2021 pela União São Paulo, Consultoria do Amanhã e Integration, temos um potencial de reduzir significativamente esse desperdício, colocando 50 milhões de toneladas de alimentos à disposição da população. Isso representa 10 vezes a quantidade de alimento necessário para combater a fome. Reduzir o desperdício de alimentos ainda é a forma mais sustentável de diminuir perdas de recursos naturais e é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável aprovados pelas Nações Unidas. 


Esse desperdício se encontra em toda a cadeia produtiva, que vai do produtor, passando pelo transporte e armazenamento, chegando na mesa do consumidor. Portanto, ele também nos diz respeito. Você já pensou o quanto suas atitudes e comportamentos podem contribuir para mudar esta situação? 


No elo do consumidor, temos um desperdício de 7,5 milhões de toneladas de alimento por ano, o que representa 15% do total desperdiçado na cadeia produtiva. Isso se dá, especialmente, porque temos uma cultura de abundância de comida à mesa, valorizando refeições frescas, feitas no mesmo dia. 


O ato de receber familiares e amigos com excesso e variedade de alimentos nas refeições, está associado não apenas ao zelo e cuidado familiar, mas também ao status. Em um país tão desigual, mesa farta é símbolo de riqueza. Ao mesmo tempo, 68% da população considera importante ter a despensa cheia, o que aumenta a probabilidade de perda de alimentos por prazo de validade. 


É por essas e outras que precisamos rever nossos hábitos de consumo alimentar de forma urgente e fazer nossa parte para diminuir esta contradição. A mania de jogar comida fora pode parecer inocente, mas no final do mês, isso gera prejuízos para o seu bolso, para a sociedade e para o meio ambiente. Separamos algumas dicas de como reduzir esse desperdício e, assim, fazer parte desta mudança! 


1- Planeje o que vai comer e faça listas de compras com os ingredientes necessários

Muitas vezes vamos ao mercado e compramos alimentos sem ter um cardápio em mente. Esta atitude pode nos fazer comprar mais do que conseguimos consumir, dentro dos prazos de validade dos alimentos.


2 - Compre menos e se programe para ir mais vezes ao mercado

Fazendo pequenas compras você garante que vai ter sempre alimentos frescos na sua geladeira.


3 - Conserve os alimentos em locais limpos e com a temperatura adequada

Perdemos muitos alimentos quando os armazenamos de forma incorreta ou não prestando atenção às indicações prescritas nos rótulos. 


4 - Prepare a quantidade de comida necessária para não faltar nem sobrar:

Aqui deixamos algumas dicas do blog Arquitetando Estilos, usando as mãos para calcular a quantidade de alimento por pessoa:

  • Arroz: 1 mão fechada cheia se for acompanhamento, duas se for o prato principal.

  • Feijão: 1 punhado pequeno se for acompanhamento, dois punhados generosos como prato principal .

  • Macarrão tipo penne, parafuso ou gravatinha: 1 punhado bem generoso por pessoa.

  • Macarrão tipo espaguete: usar a tampa de uma garrafa pet, colocando o macarrão em pé dentro da tampa.

  • Carnes e peixes: 1 peça do tamanho da palma da mão (excluindo os dedos) equivale a 100g. Caso a pessoa goste muito de carne dobre a porção. 

  • Vegetais: uma porção do tamanho do punho se for acompanhamento.

  • Verduras: encher as duas mãos.


5) Faça download de aplicativos que ajudam a evitar desperdício

A Food To Save é um aplicativo que promove a redução de desperdícios em estabelecimentos, criando uma comunidade de consumidores dispostos a consumir alimentos em ótima qualidade que serão perdidos no final do dia pelo excedente de produção. Já o app Food Keeper tem informações sobre conservação e tempo de validade dos alimentos e sincroniza com a agenda do usuário, permitindo definir um alerta para data de vencimento dos alimentos. 


6) Congele alimentos de forma apropriada

Esta é uma ótima opção para conservar a comida e evitar desperdícios, mas vale seguir algumas dicas para não perder nem o sabor nem os nutrientes neste processo: 

  • Ao congelar vegetais é importante fazer o processo de branqueamento antes de congelá-los, técnica que consiste em cozinhar o alimento por pouco tempo em água fervente e, em seguida, resfriá-lo numa tigela de água gelada. 

  • Divida os alimentos em pequenas porções.

  • Utilize embalagens adequadas para cada tipo de alimento.

  • Coloque etiquetas com a data do congelamento, produtos congelados também tem prazo de validade.

  • Saiba quais alimentos não podem ser congelados, como ovos cozidos, batatas, folhas cruas, creme de leite, entre outros. 

  • Jamais recongele um alimento.

  • Entenda os locais adequados para o descongelamento de cada alimento.


7) Reaproveite tudo em novas receitas 

Muitas vezes, por não saber como consumi-los, acabamos jogando fora partes dos alimentos que podem ser consumidas e que muitas vezes contêm mais nutrientes do que aquelas que utilizamos - como talos, cascas e folhas. É possível fazer o aproveitamento integral dos alimentos com algumas receitas simples, diminuindo significativamente o desperdício e aproveitando tudo o que estes alimentos tem a oferecer para nossa saúde. 


Por fim, siga algumas iniciativas de combate ao desperdício de alimentos como #semdesperdício, o Banco de alimentos, e o Mesa Brasil. O combate à fome e o desperdício de alimentos é tão urgente que a organização do Prêmio Nobel elegeu o World Food Programme como ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2020, em reconhecimento ao seu trabalho para mitigar estas questões. 


Com relação ao desperdício, eles criaram a campanha #stopthewaste que inclusive conta com uma calculadora do quanto você pode economizar mudando alguns hábitos de consumo alimentar. Seja a mudança que você quer ver no mundo! Faça a sua parte também. 

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Coloque em prática

Como a meditação pode ajudar o seu intestino

Pesquisas apontam que a prática meditativa é tão potente que pode ser benéfica até para a sua microbiota intestinal, a população de bactérias boas do seu corpo

15 de Agosto de 2023


Transcrição - Roteiro Aline Borges – Pilar Espírito – “Recebi uma segunda chance para viver”

[trilha sonora]

Regis Adriano: Eu morei cinco anos na Cracolândia. O morador de rua sofre muitas violências gratuitas. A gente, como ser humano, olha o mundo com base no nosso umbigo e acha que a pessoa tá na rua porque quer. Esse é um olhar simplista. A gente não sabe nada sobre o outro, mas sabe julgar. Eu conheci gente que começou a usar crack porque foi abusada sexualmente, porque perdeu a casa e até porque ouviu dizer que era bom pra emagrecer.

[trilha sonora]

Geyze Diniz: Regis Adriano foi usuário de drogas por quase metade dos seus 49 anos. No auge da dependência química, fugiu de casa pra morar na Cracolândia, no centro de São Paulo. Ele se internou sete vezes pra se livrar do crack. Mas a ferramenta que funcionou mesmo pro Regis abandonar as drogas foi o resgate do amor próprio, com a ajuda de uma antiga paixão: o skate. Eu sou Geyze Diniz e esse é o podcast Plenae. Ouça e reconecte-se.

[trilha sonora]

Regis Adriano: Eu comecei a furtar com uns 8 anos de idade. Os primeiros furtos eram uns brinquedinhos que eu pegava na casa dos meus primos. Depois, eu passei a pegar dinheiro das crianças na escola. Quando a minha mãe descobria, ela me batia. Era assim que os pais educavam os filhos naquele tempo. Só que, quanto mais eu sofria agressões, mais danado eu ficava.

Não tinha nenhum criminoso na família. Eu que sou rebelde por natureza. Quando eu fiz 14 anos, o meu pai, que era metalúrgico, me colocou pra estudar no SENAI. Ele me arrumou também um emprego onde ele trabalhava. Era um programa parecido com o Jovem Aprendiz de hoje. Aí, eu comecei furtar dentro dessa empresa.

Um dia, eu cheguei pra trabalhar e vi uma viatura da polícia parada na frente da firma. Achei que tivessem descoberto os meus furtos, e eu mesmo me entreguei. Só que os policiais estavam lá por outro motivo. Ninguém sabia dos meus crimes. O meu contrato, lógico, foi encerrado. Em consideração ao meu pai, que trabalhou 36 anos nessa empresa, eu não fui demitido por justa causa.

[trilha sonora]

Foi mais ou menos nessa época que eu comecei a andar de skate. Não falei que eu era rebelde? Nos anos 80, o skate era pura rebeldia. Hoje é esporte olímpico, mas naquele tempo era uma parada marginalizada, sem regra. O skate era tão mal visto, que chegou até a ser proibido em São Paulo.

Quando eu vi aqueles caras com cabelo diferente e roupa colorida, eu quis ser um deles. A galera do skate pichava, e eu comecei a pichar também. A minha mãe, claro, não gostou. Não gostou nada disso, nem das minhas novas amizades. Mas, se a minha mãe não gostava, aí é que eu gostava mais ainda.

[trilha sonora]

Um dia, a minha mãe desconfiou que eu tava usando droga. Ela falou, brava: “Seu olho tá vermelho! Vem aqui, deixa eu cheirar a sua mão!”. Mas eu nunca tinha usado nada. Só porque ela me desafiou, aí que eu quis usar mesmo. Quando eu encontrei um amigo do skate fumando um baseado, eu pedi um trago.

[trilha sonora]

O que eu não sabia é que eu tenho a predisposição genética pra ser adicto.

[trilha sonora]

Várias pessoas na minha família são alcoólatras. Eu gostei de maconha. Um ano depois, comecei usar a cocaína. Dois anos depois, já tava no crack. No terceiro ano, me envolvi com o tráfico.

[trilha sonora]

Eu achava que a vida dos traficantes era mais glamurosa que a minha. Eu pegava trem e entrava no trabalho às 7 da manhã. Enquanto isso, os traficantes andavam de carro e sempre tinham umas minas do lado. A minha mente de otário pensou assim: “Ah, eu já gosto de usar droga e lá tem um monte. E ainda vou ganhar dinheiro e andar com as minas”. No primeiro ano de tráfico, eu fui preso e condenado a 4 anos e seis meses de prisão. Eu fiquei 2 anos, 9 meses e 22 dias na cadeia.

O período na prisão foi tenebroso, porque, além de tudo, eu era usuário de crack. Na rua, eu fazia os meus corres e conseguia comprar droga. Na cadeia, era a minha família que tinha que pagar. O dependente químico põe a droga acima do risco de vida. Eu manipulava o medo da minha mãe, e ela acabava pagando as dívidas que eu contraía dentro da prisão.

Eu sempre fui bagunceiro, mas, depois da droga, a minha vida se desgovernou totalmente. Depois que eu saí da cadeia, a minha mãe tentou evitar que eu voltasse pro tráfico. Ela pediu pro dono de uma empresa de usinagem do meu bairro, em Caieiras, na Grande São Paulo, pra me dar um emprego. Ele me deu uma oportunidade e eu comecei a reconstruir a vida.

[trilha sonora]

Esse empresário decidiu terceirizar a firma e propôs que os funcionários comprassem as máquinas, num esquema de cooperativa. Eu topei. O problema é: eu ainda usava droga. Eu trabalhava de dia e usava crack à noite.

A droga tomou conta da minha vida e eu perdi a empresa. Ah, eu perdi o skate também. Quando eu não tinha mais dinheiro, eu trocava um skate que valia mil reais por uma pedra de 5.

Mas o pior foi perder a minha família. Nessa época, eu era casado e tinha três filhos. O ano em que eu fumei o primeiro baseado foi o ano que a minha primeira filha nasceu. Eu fui um pai totalmente ausente. Eu cheguei a trocar a bicicleta do meu sobrinho por droga. As crianças dormiam no escuro, porque eu gastei o dinheiro da luz em crack. A família do dependente sofre demais. Meus filhos hoje nem falam comigo.

[trilha sonora]

Eu decidi me internar pela primeira vez por vergonha dos meus erros. Quando eu saí da clínica, tive uma recaída. Me internei de novo e recaí de novo. Foram sete internações em oito anos. Em uma delas, eu fiquei dois anos morando na clínica. Não adiantou. Até que eu perdi a confiança em mim e desisti. E decidi morar na rua, comendo resto de comida que eu achava no lixo. Foram cinco anos vivendo na Cracolândia.

[trilha sonora]

Eu me virava com furtos, como de torneiras das casas, e trocando lixo reciclável por dinheiro. Um dia, passou por mim um cara fortão tentando me hostilizar. Era um careca, desses adeptos do movimento “white power”. Eu tive a ingenuidade de falar “bom dia”. Esse cara começou a me bater. Já fazia alguns dias que eu não comia. Eu não tive nem força pra correr. Fiquei ali apanhando.

[trilha sonora]

No centro de São Paulo, muita gente anda de skate. Teve um dia que eu tava pegando papelão e vi umas mil pessoas descendo a Rua da Consolação. Era um encontro em comemoração ao Dia Mundial do Skate. Eu chorei demais. Eu pensava: “Meu Deus do céu. Que que eu tô fazendo na minha vida?”.

[trilha sonora]

De vez em quando, eu pedia pra dar uma voltinha numa pista. Aí os moleques falavam: “Tiozão, você não anda de skate nada”. Aí, eu respondia: “Deixa eu andar pra você ver”. Aí eu dava um rolê e eles ficavam impressionados. Um deles me falou: “Ê tiozão, volta para casa, mano, você faz mó falta pro skate”. O outro me disse: “E parça, você tem uma energia daora”.

E frases assim me faziam chorar. O skate me lembrava da minha humanidade. Quando eu tava na rua, eu não me sentia mais um ser humano. Eu me sentia um bicho. Eu carregava muita culpa, muito trauma. Eu não conseguia ver o que eu tinha de bom. Só enxergava as partes ruins.

[trilha sonora]

A minha vida começou a mudar quando um prefeito de São Paulo implementou uma política pública para redução de danos. Era o programa “De braços abertos” do CAPS, Centros de Atenção Psicossocial, que acolhia moradores de rua e oferecia terapias. No SUS eu fui recebido por um psicólogo muito amoroso e dedicado. Com a ajuda dele que eu comecei a sair do buraco. Comecei a ressignificar a minha vida.

O primeiro passo foi enxergar a minha responsabilidade por aquela situação de vida. Várias vezes eu falava: “Ah, o cara que me ofereceu a droga”. Eu punha a culpa no outro, não em mim. Aí o psicólogo me falou: “O que acontecer aqui é culpa sua”. Eu entendi que as drogas sempre vão existir no mundo. Depende de mim estender o braço pra pegar ou não.

Na terapia, eu passei a refletir sobre a minha relação com o crack. As pessoas usam drogas pra escapar de alguma dor. Comigo não foi diferente. Eu me lembrei que, na minha infância, eu me sentia rejeitado. Eu não tive contato com o meu pai biológico. Eu achava que o meu padrasto, que me criou e foi um bom pai pra mim, me rejeitava. Achava que a minha mãe gostava mais do meu irmão mais velho. Eu me sentia o patinho feio da família.

Eu era um cara cheio de complexos. O psicólogo me ajudou a resgatar o meu amor próprio. Ele dizia que eu não tinha que me importar com a opinião do outro sobre mim. O importante é como cada um se vê. Eu falava: “Eu sou feio, as pessoas não gostam de mim”. Ele dizia: “Essa não é uma situação permanente. Aprende a se cuidar, Regis. Eu sei que é difícil, mas se você aprender a se cuidar, sua vida vai ser uma outra. Olha pro seu passado e encontra onde você se perdeu”.

Por causa de um ato de rebeldia contra a minha mãe, eu me perdi. Mas isso não quer dizer que eu tô perdido para sempre.

Na terapia, eu entendi que eu sou um cara bom e comecei a me apropriar disso. Um dia a polícia foi dispersar o fluxo na Cracolândia. Já tinha tido várias incursões da polícia lá, só que eu nunca tinha visto com os meus próprios olhos. Eu vi um monte de gente machucada, mas comigo não aconteceu nada. Eu lembrei do Salmo 91, da Bíblia, que diz: “Mil poderão cair ao seu lado; dez mil, à sua direita, mas nada o atingirá”. Deus tava me dando mais uma chance, das muitas que ele me deu e eu não aceitei. Aquele dia, pra mim, foi a gota d’água e voltei pra casa.

[trilha sonora]

Eu continuei com a terapia, e o psicólogo disse que eu precisava de alguma fonte de prazer pra substituir a droga. Não na mesma intensidade, mas algo que me deixasse alegre. Muitas pessoas param de usar drogas e não buscam preencher o dia a dia com nada. Aí, a vida parece vazia. O psicólogo me explicou sobre a importância da atividade física. O nosso cérebro libera serotonina e dopamina. São neurotransmissores responsáveis pelo bem-estar e pelo prazer. Era a justificativa que eu precisava pra voltar ao skate.

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Já fazia uns quatro meses que eu não usava crack, quando chegou o Dia Mundial do Skate, 21 de junho, a minha mãe, que já tava começando a acreditar em mim, viu o esporte com outros olhos. Ela me deu o dinheiro para eu levar meus sobrinhos, que são crianças, no encontro. Foi um dia muito emocionante pra mim. Quantas vezes eu saí de casa de skate e voltei a pé… Dessa vez, eu voltei de trem, com o skate debaixo do braço e na companhia dos meus sobrinhos.

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Quando eu era novo, eu andava de skate pensando nas manobras. Agora, ele é muito mais do que uma tábua de madeira com quatro rodinhas. Ele virou a minha ferramenta de resgate. Uma, duas ou três vezes por semana, eu pego meu skate e, só de sair por aí remando o meu stress e a minha ansiedade já vão diminuindo. Consequentemente, a minha fissura também.

Depois que eu parei de usar droga, eu voltei a estudar, me formei no Ensino Médio e quero prestar vestibular pra jornalismo. Eu escrevi um livro sobre a minha história. Ele se chama Skate no caminho das pedras. Pretendo publicar outro, de poemas.

A escrita virou a minha terapia. Eu publico os meus textos em uma página do Facebook que se chama “Usuários”. A minha história ajuda dependentes químicos e familiares de pessoas que passam por esse problema. A minha dopamina hoje é ajudar os outros.

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Eu tenho 49 anos. Fui usuário de drogas por 25 anos. Faze 4 anos e 8 meses que eu tô limpo. Eu não preciso mais da droga pra ter o prazer. Eu tenho o skate, que é uma fonte de prazer saudável. O esporte me ajudou a resgatar a autoestima, a sensação de superação e o senso de coletividade. De certa forma, é uma ferramenta de resgate, porque o crack tirou o skate de mim.

Quando eu sinto o vento no rosto, eu me conecto com aquele Regis, o adolescente que nunca usou droga. Eu me lembro que a minha vida pode ser outra. Eu não me abandono mais. Sou obstinado pela minha recuperação. E é isso que eu tento inspirar em outras pessoas: que elas sejam obstinadas pelas próprias vidas e pelos próprios sonhos.

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Geyze Diniz: Nossas histórias não acabam por aqui. Confira mais dos nossos conteúdos em plenae.com e em nosso perfil no Instagram @portalplenae.

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