Coloque em prática

O que são “microestresses” e como evitá-los

Termo utilizado por pesquisadores de Harvard apontam para eventos cotidianos que têm relação com as nossas interações diárias

21 de Agosto de 2020


Fim de mais um dia de trabalho. Você desliga o computador, se desloca até a sua casa e aguarda ansiosamente pela sensação de pleno descanso e conforto, seguida de uma noite longa de sono sem interrupções. Mas nem sempre essa é a realidade. Por que isso acontece?

Porque você, provavelmente, está esgotado. E esse esgotamento é, muitas vezes, proveniente não só de um grande episódio estressante, mas de pequenos estresses acumulados ao longo do dia, que te impedem de simplesmente desligar.

Por que chegamos ao fim do dia tão exaustos mesmo em dias "calmos"? Segundo artigo dos pesquisadores de Harvard para a revista digital da instituição, Rob Cross, Jean Singer e Karen Dillon, o fenômeno do microestresse é real e pode afetar mais do que você imagina.


O que é ele, afinal?

Como já diz o seu nome, microestresses são pequenos desequilíbrios ao longo do nosso dia que chegam até nós nem sempre por vias agressivas. Ou seja, o estereótipo de irritabilidade, fúria ou um grande embate é sim relevante, mas não faz parte desse termo que aqui estamos tratando.

O microestresse mora, sobretudo, na interação que temos com outros seres humanos, tanto dentro quanto fora do trabalho. E, não fosse o seu resultado catastrófico quando acumulado, ele poderia até mesmo passar despercebido.

Isso porque um ruído na comunicação entre duas pessoas, uma parte do trabalho que ficou por fazer, a velocidade de um outro alguém que não está sincronizada com a sua, um comportamento imprevisível de alguém acima de você, pessoas com uma energia negativa contagiosa, responsabilidades que surgem de repente - tudo isso pode ocasionar um microestresse sem necessariamente um rompante de fúria.

Muitas vezes, conflitos velados passam desapercebidos em nossas interações ao longo do dia. E é aí que mora o perigo: nós passamos a aceitar esses momentos como parte natural dos nossos dias e relacionamentos. O tema, que foi objeto de estudo dos três pesquisadores mencionados ainda no começo dessa matéria, é tão consistente, que chegou até mesmo à categorizações dos microestresses, que são:

  • Microestresses que tomam seu tempo disponível para lidar com as demandas da vida;
  • Microestresses que esgotam suas reservas emocionais;
  • Microestresses que desafiam sua própria identidade e seus valores.

E aí, o que parecia um desafio momentâneo a ser solucionado ali, de forma rápida e prática, pode demandar muito mais de nós mesmos do que você imaginava. A situação pode até estar contida, mas ela deixou registros na sua psique.

Quais são esses registros ?

Como já se sabe, o estresse te torna mais suscetível a desenvolver doenças crônicas, ou de natureza emocional. Estima-se que de 60% a 80% das idas ao médicos são resultado de queixas ocasionadas pelo estresse. Ele já é inclusive considerado um perigo para o local de trabalho, algo que pode não só reduzir o desempenho e a produtividade, mas gerar uma incapacitação e até afastamento de um funcionário.

Já no caso dos microestresses, o resultado mais comum é mesmo o esgotamento, que muitas vezes pode aparecer sem nenhum motivo, mas quando olhado mais de perto, deixa transparecer que houve uma sucessão de acontecimentos sem grande gravidade aparente, mas que levaram o indivíduo até ali.

Atualmente, vivenciamos um episódio de microestresse que pode afetar a todos nós: a pandemia. Por mais saudáveis que estejamos, sem nenhum familiar acometido pela covid-19, diariamente somos bombardeados com notícias difíceis de serem digeridas. Além disso, há uma tensão no ar em panoramas globais pela falta de perspectiva de melhoras.

A quantidade de novidades que o “novo normal” trouxe consigo pode ser também um microestresse. Adaptação ao home office, novas preocupações com o futuro, mudança e aprimoramento da rotina de higiene, saudades do contato humano. Tudo isso pode parecer passageiro, mas à longo prazo, gera sintomas no indivíduo.

O que fazer

  • Você deve, ao menor sinal de estresse, descomprimir. Aperte o pause, respire, desligue o seu computador, vá caminhar. Sinta a vida ao seu redor em toda a sua potência e perceba o seu estado de espírito quando não exposto ao problema. É justamente ele que você quer para a sua vida.
  • Uma vez afastado do problema, você consegue elaborá-lo melhor e ter mais clareza, conseguindo até mesmo desabafar sobre o assunto caso isso seja eficaz para você. Esse distanciamento também evidencia exatamente a fonte do problema.
  • Localize e isole dois ou três episódios de microestresses e entenda o que os ocasionou. Como eles podem ser numerosos, será muito difícil mapear todos, mas localizando alguns poucos e entendendo seus gatilhos já pode te ajudar. Atenção redobrada aqui nesse item ao que você considera “normal” em sua vida. Geralmente é justamente na repetição que mora o microestresse, a ponto de já ser considerado parte do seu cotidiano.
  • Assumindo que esse problema pode estar relacionado às suas relações, é hora então de revê-las. Invista em relacionamentos mais leves, mas tendo a consciência de que é impossível blindar-se de todo e qualquer problema que porventura possa surgir.
  • Livrou-se de pessoas tóxicas e ainda assim se sente esgotado? Ingresse em práticas meditativas, de mindfulness ou até um diário de gratidão - tudo que funcionar como uma válvula de escape mental e espiritual. Lembre-se também de sempre manter os bons hábitos alimentares e físicos, se alimentando de forma equilibrada, exercitando-se e dormindo bem.
  • Aceite que o estresse existe, mas não deve ser o seu destino. Como dissemos nesta matéria , é importante fazer as pazes com o estresse. Isso não quer dizer que você deve estar exposto a ele o tempo todo, pois não há dica no mundo que ajude um indivíduo que está constantemente em estado de estresse.

Agora que você já sabe a provável natureza do seu cansaço, faça pequenas mudanças no seu dia a dia. Esteja mais atento ao seu redor e às situações que parecem inofensivas de cara. Lembre-se: a junção de todas elas resulta em uma versão sua mais esgotada e improdutiva. Sua vida deve ser feita de bons hábitos, entre eles, um cotidiano mais relaxado.

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Coloque em prática

Organizar para viver: a limpeza da casa que traz bem-estar

Como manter o seu lar limpo e organizado pode ajudar no equilíbrio da sua mente e suas emoções?

26 de Fevereiro de 2020


Limpar sua casa não precisa ser visto como uma obrigação chata e demorada. “A virada nessa chave de entender que a organização do seu lar deve ser prazerosa, é um fator fundamental para essa ressignificação” explica a psicóloga Mariá Cristo. Feng Shui, Marie Kondo, não importa o método que você utilizar. O fundamental é enxergar a organização como parte da sua rotina mental, física e até espiritual. “A criação de uma rotina, qualquer que seja, nos ajuda a processar melhor as informações e organiza a forma como nosso cérebro armazena tudo que aprendemos e o que vamos aprender” explica a psicóloga. A organização de uma rotina de limpeza não foge a regra. Os movimentos repetitivos que essa prática demandam acabam por “treinar” o nosso sistema nervoso central, além de possuir um efeito calmante. A própria bagunça já nos remete a um desequilíbrio, a algo que não foi feito e deveria ter sido. Além disso, limpar exige concentração plena em uma só atividade, limpando consequentemente todo o resto das preocupações que porventura poderiam estar habitando nossa mente. “A máxima ‘uma coisa de cada vez’ acaba se tornando necessidade quando o assunto é limpeza. É impossível querer limpar todos os cômodos ao mesmo tempo, então você se vê obrigado a ir por etapas - como deveria ser em tudo na vida” comenta Mariá. Ambientes limpos, por si só, trazem esse conforto para a nossa mente quase que instantaneamente. Você já parou para pensar no reflexo que isso pode gerar? “Pesquisas garantem que viver em um ambiente limpo nos incentiva a comer melhor, se exercitar melhor e querer manter essa limpeza em todos os âmbitos da nossa vida” conta a psicóloga. Afinal, nada mais convidativo do que uma cama limpa e arrumada, ou menos convidativo do que uma louça suja, certo? Isso impacta também na sua vida: deixando suas roupas e acessórios cotidianos melhor dispostos na sua casa pode te trazer mais tempo para o que realmente importa! Esqueça tantos minutos perdidos para achar um simples sapato, gaste ele hoje fazendo uma meditação, ou passando um agradável e fresquinho café. Arrumação pode trazer também economia, seja contratando terceiros para te ajudar nessa atividade, ou até relembrando objetos que já nem recordava mais ter e pretendia comprar novamente. Isso é ainda mais eficaz na cozinha: uma boa disposição de alimentos na sua geladeira, por exemplo, faz com que você consuma todos eles ainda frescos, antes de estragar, sem ter que ficar comprando a mesma coisa toda semana. Isso também vai exercitar sua criatividade, te incentivando a testar receitas novas, por exemplo. Se for o caso do seu armário organizado, você vai querer fazer novas combinações de peças e composições diferentes que vão te trazer alegria e melhora na autoestima. Decoração da casa também entra nesse balanço: tudo arrumado te dá espaço na mente para pensar que aquele antigo vasinho, se pintado de outra cor, poderia ganhar uma nova vida em outro cômodo. Arrumar objetos também significa se desfazer do que não é mais necessário. Isso trará mais espaço ao seu lar e uma sensação de renovação, de tomar as rédeas da sua própria vida e tirar o que não faz bem. “Durante uma higienização, há uma mudança muito significativa dentro do próprio sujeito, atrelada não só aos conceitos de estar sendo produtivo em algo para si, mas também uma sensação de organização interna e renovação” conclui a psicóloga. Economia, saúde mental, ganha de tempo… Os benefícios são muitos! Até mesmo sua saúde física é beneficiada, pois a faxina é também um exercício até mesmo aeróbico. Sua função cardiorrespiratória é beneficiada, sem contar os quilinhos que você perde durante a função. Um estudo canadense nomeado PURE, e publicado na revista científica The Lancet , provou por A + B como limpar a casa é sim tão eficaz como qualquer outra atividade física, trazendo então os mesmos benefícios da mesma. É ou não é uma atividade completa? DICAS PRÁTICAS PARA COMEÇAR A ORGANIZAR AINDA HOJE
  • Escolha um método já pré-estabelecido por alguém que entenda do assunto, como Feng Shui e suas cores, ou Marie Kondo e seus livros e séries só sobre o assunto.
  • Escolha por qual cômodo vai começar. A dica é dar preferência para cômodos onde você costuma passar mais tempo, como o quarto ou a sala.
  • Crie uma misturinha de limpeza do seu gosto. Use e abuse de óleos essenciais aromáticos para isso. Você vai querer sentir aquele cheiro sempre!
  • Reutilize seus próprios objetos decorativos, mas dê uma nova cara a eles! O próprio processo de estilização já será prazeroso.
  • Chame seu parceiro para ajudar ou alguma pessoa que te faça bem. Isso vai promover a integração e deixar tudo mais divertido.
  • Som na caixa, DJ! Coloque aquela música que levanta o seu astral independente da hipótese e se jogue nessa faxina com direito a vassoura servindo de microfone.
  • Use roupas confortáveis durante todo o tempo, e não force sua coluna em atividades muito intensas todas em um mesmo dia.
  • Assim como o cozinheiro, prepare um verdadeiro “ mise en place ” da sua faxina, mas ao invés de deixar os legumes picados, aqui a regra é deixar todos os panos e baldes já limpos e prontos para serem usados.

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