Para Inspirar

Bons princípios multiplicam campeões da vida

Em sua simplicidade de campeão mundial ainda com jeitão de menino catarinense, Gustavo Kuerten contou para nós de onde tirou a força para cada uma de suas vitórias.

24 de Abril de 2018


Até 1 semana antes da palestra, Guga ainda não tinha decidido qual o tema de sua conversa. Para nossa sorte, na última hora ele optou por um caminho simples: contagiar a todos com pura emoção. Em sua simplicidade de campeão mundial ainda com jeitão de menino catarinense, Gustavo Kuerten contou para nós de onde tirou a força para cada uma de suas vitórias.

A VIDA NOS ENTREGA EXPERIÊNCIAS. AS EXPERIÊNCIAS VIRAM MEMÓRIAS. NÓS ESCOLHEMOS O QUE FAZER COM ELAS.

Guga falou sobre o poder que nossas memórias têm sobre nossas vidas, contando algumas histórias pelas quais passou, desde sua infância em Florianópolis até suas grandes vitórias nas décadas de 90 e 2000. Ele falou de recordações vívidas, como conquistas em partidas definitivas e as noites em claro que as precederam, repletas de expectativa e ansiedade.

Foram três as histórias que Kuerten escolheu para dividir conosco: sua primeira visita a Roland Garros, em 1992, com quinze anos; o período em que tentava conquistar um lugar nos torneios profissionais em Portugal, em 1994, perto dos dezoito anos e – talvez a memória mais forte e mais antiga – a morte de seu pai (quando Guga tinha apenas oito anos de idade, na década de 80).



Em Roland Garros, a descoberta. A lembrança de Roland Garros traz a expectativa adolescente quase destruída por uma oportunidade perdida, mas reconstruída na narrativa do menino Guga: em sua primeira visita a Paris, seu sonho era conseguir jogar em um dos clubes de tênis da cidade na época do torneio.

Porém, para conseguir esse intento, ele precisava ser selecionado entre centenas de garotos com sonhos tão altos quanto os dele. Naquele dia, Guga não garantiu sua vaga e não conseguiu jogar. Seu sonho de menino de quinze anos de idade acabava de desmoronar. Mas poucos dias depois, ainda na mesma viagem, ele teve a oportunidade de ir até o estádio de Roland Garros.

Com a ajuda e bom humor de seus companheiros de viagem, Kuerten conseguiu entrar e ver de perto a movimentação do torneio mundial em dois dias diferentes. O lugar estava lotado e ele olhava tudo, encantado. Guga contou que naquele momento estaria contente apenas em ver grandes tenistas jogando e levar aquela lembrança para casa.

Mas duas improváveis vitórias de brasileiros que aconteceram exatamente nos dias em que ele foi até o estádio lhe deram uma força e uma certeza até ingênua de que ele havia sido o talismã do Brasil naquelas partidas. Olhando em retrospecto, Guga hoje vê que naqueles dias ele percebeu que era possível.

Até então acostumado a jogar para poucas pessoas – a maioria delas sua própria família – nas quadras de Santa Catarina, aquela oportunidade de ser exposto a tal evento mundial, ao estádio lotado, às milhares de pessoas envolvidas num jogo foi suficiente para colocar uma nova perspectiva em sua vida. Naquele momento, o atleta novato percebeu que o tênis transcendia o esporte: tratava-se também das pessoas impactadas por ele.

Graças a uma combinação de acaso, oportunidade e decisões internas, a frustração do primeiro dia em Paris foi trocada imediatamente pela certeza de que ele nunca mais perderia uma vaga. Em Portugal, a construção. Ao voltar a Portugal para o evento, Guga se lembrou do ano de 1994, quando ele foi para o país com 17 anos de idade. Naquela época, o garoto já era um dos melhores do mundo no tênis juvenil.

Mas ao completar 18 anos, ele iria virar profissional. E como profissional, seria apenas mais um. Era como se todo o caminho trilhado não valesse de nada se ele não brilhasse também naquela nova fase de vida. Naqueles meses em Portugal, Guga estava com medo, ansioso e cheio de ilusões sobre seu futuro. Em seu primeiro torneio profissional, ele passou um mês sem conquistar qualquer ponto.

Naquela fase, uma nova relação fez toda a diferença: nesta época, o tenista se aproximou de Braga, empresário que apoiava grandemente o esporte brasileiro e morava em Portugal. Foi com o apoio do amigo que Guga conseguiu ir passando para as próximas etapas e finalmente ganhar seu primeiro torneio profissional. Na partida, o público era mínimo, mas a presença de Braga naquele dia fez toda a diferença.

Em Curitiba, a lição que o acompanhou para sempre. A memória mais forte e decisiva para Guga vem de um torneio de tênis que ele jogou com 8 anos de idade, em Curitiba. Apesar do constante incentivo do pai, ele era o menino mais fraquinho do torneio. Foi apenas para se divertir – e perdeu. O pai dele foi junto naquele torneio, mas não voltou, falecendo de ataque cardíaco naquela viagem. Ele partiu muito cedo e deixou com o filho muito mais que a paixão pelo tênis: deixou a capacidade de sonhar e acreditar nos sonhos.

Em uma época em que o tênis era um esporte com pouquíssima projeção no Brasil, Aldo Kuerten já tinha a certeza de que o filho seria um campeão. Hoje, Guga percebe que seu pai não tinha um sonho. Tinha era certeza, uma grande convicção. O que Gustavo Kuerten traz de mais forte sobre aqueles dias próximos à morte do pai é a imagem de sua mãe recebendo os filhos de volta em casa com um abraço e a frase “Nós vamos seguir em frente”.

Poucos dias antes de partir, era exatamente essa frase que o pai de Guga deixava como missão para o filho mais velho: cuidar do Guga e de seu futuro como tenista, orientá-lo a seguir em frente.

A ARTE DE CONECTAR MEMÓRIAS E RELAÇÕES PARA SEGUIR EM FRENTE


O que Guga Kuerten nos mostrou com suas histórias? Para ele, são nossas lembranças que nos constroem. Ao recordar cada uma de nossas experiências, conseguimos enxergar nossas engrenagens internas, com as marcas, elos e relações que as fazem delas tão fortes. Tudo depende do que decidimos fazer com elas: o caminho de Gustavo Kuerten foi tirar delas capacidade e força.

Para Guga, foi ter passado por tanta coisa em sua vida pessoal e profissional que um dia permitiu que ele encarasse um oponente e pensasse, em suas próprias palavras: “eu passei por tudo isso, você não vai ganhar de mim. Pode acontecer qualquer coisa, mas hoje é meu dia. Eu é que estou mais preparado, eu é que vivi tudo isso. E vou sair daqui como vencedor”.

E não se trata apenas das conexões internas que temos com nossas memórias. Guga também trouxe um outro ponto: a conexão com o outro. Ele contou como certa vez, em um importante jogo, seu irmão o chamou da plateia e o motivou, perguntando se ele iria desistir ou se escolheria ir até o fim.

Naquele instante, Guga se conectou às milhares de pessoas que olhavam para ele na plateia daquele jogo e aos outros milhares de torcedores que acreditavam nele pelos canais de televisão que mostravam aquela partida para o mundo. Ele sentiu, então, sua responsabilidade perante aquela situação. A partir de então, aquela partida não se tratava mais dele contra um.

Era ele e mais milhares de pessoas contra um. Era ele e tudo o que seu pai lhe entregara até então. Era uma avalanche de força e de energia. E ele escolheu ir até o fim. Um segredo que sintetiza todas as vitórias da carreira de Guga? Podemos falar que está nessa busca de conexões. Ao fazer um aquecimento, o atleta não estava só se preparando fisicamente.

A cada passo antes do jogo, Guga buscava no fundo de si mesmo e de sua história a força que o fazia se sentir o jogador mais capaz do mundo, pelo menos nas próximas horas. Hoje, o tenista entende que cada novo desafio em sua vida não era novo: todas as experiências que ele vivera antes de cada um haviam-no preparado para aquele momento.

Não são apenas os jogos e os treinos esportivos – são cada uma das grandes e pequenas experiências da vida que vão construindo um campeão. Esse campeão está sempre pronto, disponível, dentro de cada um de nós. Como encontrá-lo? Prestando atenção na nossa história e nas relações que já vivemos até agora.

Grandes vitórias são sempre possíveis, com a ajuda de cada uma das experiências que passamos na vida. Na hora certa, todas as conexões e relações existentes dentro de nós são trazidas à tona. Basta percebê-las e chamá-las.

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Tratamento para desacelerar o envelhecimento avança

Felizmente, a ciência parece ter encontrado um possível caminho para promover o envelhecimento saudável e ainda prevenir doenças relacionadas à idade.

21 de Fevereiro de 2019


Envelhecer de forma saudável é o desejo da maioria das pessoas. Felizmente, a ciência parece ter encontrado um possível caminho para promover o envelhecimento saudável e ainda prevenir doenças relacionadas à idade. Uma terapia anti-idade acaba de passar a primeira fase de pesquisas clínicas.

Trata-se de um senolítico (nova classe de medicamentos que diminuem drasticamente o processo de envelhecimento) composto por duas substâncias: o dasatinibe (medicação usada para casos de leucemia) e a quercetina (suplemento que fornece propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias). Sua ação consiste em remover células específicas do organismo para interromper a produção de substâncias envolvidas no processo de envelhecimento. “A ideia é que a remoção dessas células possa ser benéfica para promover o envelhecimento saudável e também prevenir doenças”, explicou Nicolas Musi, co-autor da pesquisa, à revista MIT Technology Review . A pesquisa.


Os resultados do primeiro teste clínico em humanos foram publicados recentemente na revista científica The Lancet . Os pesquisadores recrutaram 14 pacientes com fibrose pulmonar idiopática (FPI). A doença é uma condição rara na qual células senescentes (danificadas) que não morrem e se tornam tóxicas, se acumulam nos pulmões provocando a cicatrização do órgão. Isso gera dificuldade de respiração.

Os pacientes receberam os remédios, administrados via oral, durante três dias consecutivos por semana, ao longo de três semanas, totalizando nove doses. Os pesquisadores acreditam que essa combinação consegue eliminar as células senescentes. Para fins de verificação, a equipe também realizou exames laboratoriais antes e depois da administração do tratamento, além de implementar questionários semanais para averiguar sintomas da doença, qualidade de vida dos participantes e efeitos colaterais da terapia para checar a segurança e tolerabilidade das medicações.

Foram avaliados ainda marcadores de função física, incluindo distância percorrida em seis minutos, velocidade de caminhada, repetições de sentar e levantar, além de ensaios biológicos para medir as proteínas associadas à senescência secretadas pelas células tóxicas.

Ao final do experimento, observou-se que a terapia senolítica melhorou a mobilidade dos participantes. Alguns testes, como a caminhada de seis minutos e repetições de sentar e levantar apresentaram resultados superiores em comparação com os números registrados antes do tratamento experimental. A maioria dos pacientes apresentou ganhos de mobilidade superiores a 5%. “Nenhuma terapia medicamentosa, incluindo os remédios anti-fibróticos disponíveis, demonstrou estabilizar, e muito menos melhorar, a distância de caminhada de seis minutos de um paciente com fibrose pulmonar idiopática”, comentou Anoop M. Nambiar, co-autor do estudo.

Células senescentes. Embora estejam envolvidas no processo de envelhecimento e no risco de desenvolver doenças associadas à idade, as células senescentes atuam em outras funções importantes do corpo. Acredita-se que elas – e suas secreções – sejam importantes ao longo da gestação, pois estão envolvidas no desenvolvimento embrionário, no parto, na formação de tecido cicatricial e na cicatrização de feridas. Desta forma, os medicamentos senolíticos não são indicados para todas as pessoas, como é o caso das gestantes.

Apesar das expectativas, para receber aprovação da FDA, agência que regula medicamentos e alimentos nos Estados Unidos, ainda será necessário realizar uma sequência de três testes clínicos de grande escala que provem a eficiência do novo tratamento. Entretanto, esse foi apenas um teste piloto que nem mesmo faz parte da primeira fase.

Ou seja, há um longo caminho pela frente. Leia o artigo completo aqui .

Fonte: Veja

Síntese: Equipe Plenae

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