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Desmistificando conceitos: o que é o vitiligo?

A doença dermatológica é autoimune, ou seja, produzida pelo seu próprio corpo. Mas algumas causas podem estar associadas

19 de Agosto de 2022


No primeiro episódio da nona temporada do Podcast Plenae - Histórias para Refletir, conhecemos a história do dançarino Carlinho de Jesus, portador de uma síndrome rara chamada vogt-koyanagi-harada. Sua porta de entrada é ocular, ou seja, a visão é a primeira afetada pela síndrome, porém com chances de melhoria ao longo da vida.

Porém, essa mesma síndrome pode desencadear outro problema no indivíduo, esse infelizmente sem cura: o vitiligo. Mas do que se trata afinal? Para começar, é importante explicar que trata-se de uma condição autoimune, ou seja, quando há um mau funcionamento do sistema imunológico, levando o corpo a atacar os seus próprios tecidos, segundo essa definição

Para a ciência, as doenças autoimunes são complexas de serem explicadas, quase que um mistério. Ainda não se sabe o que as desencadeiam, por exemplo, mas diversos fatores são apontados, e seus sintomas variam de acordo com a doença e a parte do corpo afetada.

No caso do vitiligo, tema deste artigo, é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele, proveniente de “uma diminuição ou ausência de melanócitos (as células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele) nos locais afetado”, como explica a O desenvolvimento do vitiligo.

O desenvolvimento do vitiligo

Essa hipopigmentação ou seja, a diminuição da cor conhecidas como manchinhas - ou “nuvens”, como apelidou Carlinho de Jesus as suas próprias - pode ter tamanhos variáveis e costuma surgir primeiramente nas extremidades, como mãos, nariz ou boca, mas depois pode se espalhar por todo o corpo.

Ele pode se manifestar de duas formas diferentes: segmentar ou unilateral, que é quando manifesta-se apenas em uma parte do corpo, incluindo perda da coloração em pelos e cabelos; ou não segmental ou bilateral, que é o tipo mais comum e manifesta-se nos dois lados do corpo, por exemplo, duas mãos, dois pés, dois joelhos. 

Não há como definir o tempo de duração porque não há cura para o vitiligo, apenas tratamentos que podem ajudar. Há épocas em que a perda de cor entra em um ciclo mais frequente, mas há períodos de estagnação. Estes ciclos ocorrem durante toda a vida, e a duração dos ciclos e as áreas despigmentadas tendem a se tornar maiores com o tempo.

Causas e diagnóstico

Para cravar se é vitiligo mesmo, o diagnóstico é primeiramente e essencialmente clínico, ou seja, análise atenta do olhar do médico. Mas pode ser solicitada uma biópsia cutânea de algum dos locais afetados e, por fim, um exame com a lâmpada com luz fluorescente chamada Wood, que ajuda muito no caso de peles muito brancas.

Um exame de sangue também serve como um estudo imunológico que poderá revelar a presença de outras doenças autoimunes como o lúpus eritematoso sistêmico ou a doença de Addison. 

Apesar disso, ele não oferece nenhum risco de fato à saúde física, e nem tampouco é contagioso, como acreditava-se muito antigamente. Seus sintomas, aliás, são praticamente inexistentes, somente em alguns poucos casos os pacientes relatam sentir sensibilidade ou dor na região afetada. 

Ele é, de fato, inofensivo, mas pode afetar a autoestima de quem o possui e, por isso, é indicado um acompanhamento psicológico junto, para que a pessoa possa se aceitar como fez Carlinhos de Jesus. 

Suas causas, como mencionamos no começo deste artigo, podem ser difíceis de cravar como qualquer outra doença autoimune. Mas o fator histórico familiar é um dos mais importantes e representa 30%, portanto, nesse caso, a genética conta e muito. 

Estresse ou outros tipos de desgastes emocionais podem ser um gatilho tanto inicial, para o surgimento da primeira manchinha, quanto de todas as outras que vierem na sequência. Exposição a toxinas em excesso ou lesões graves como traumatismos cranianos ainda são apontados por este artigo como possíveis causas, mas costumam ser mais raros.

Prevenção e tratamentos

Dessa forma, não há uma resposta exata de como se prevenir. Mas, sabendo que alguém da sua família possui vitiligo, é preciso redobrar a atenção e estar sempre acompanhando com um profissional especializado. Assim, a pessoa conseguirá diagnosticar de forma precoce e buscar ajuda para evitar novas manchinhas.

O tratamento varia e deve ser discutido com seu dermatologista de forma individual. Há medicamentos que induzem a repigmentação das regiões afetadas e também é possível utilizar tecnologias como o laser, técnicas cirúrgicas ou de transplante de melanócitos. Para essa última opção, é necessário que nenhuma mancha tenha crescido no último ano.

A terapia com banhos de luz ou aplicação de laser também ajuda a barrar a morte dos melanócitos e até chega a reativá-los. Mas é importante lembrar que o resultado irá depender do organismo de cada um. 


Perfis para se inspirar


O perfil no Instagram @minhasegundapele trabalha em desmistificar o vitiligo diariamente, criado pela designer Bruna Sanches, que já foi modelo em campanhas para marcas como a Natura e a Pantys. Assim como a também modelo @gabyviti, que traz um pouco sobre o assunto em suas redes. A conta @vitiligopeople traz imagens de pessoas com as manchinhas para normalizar e até mostrar como pode ser bonito as “nuvens” de cada um.


Assim como Carlinhos de Jesus, há ainda outros famosos que exibem sua condição com orgulho, sem se esconder. A modelo canadense Winnie Harlow talvez seja a mais famosa de todas. John Han, o eterno “Mad Men”, também. Brasileiras como Sophia Alckmin, Luiza Brunet e a participante do Big Brother Brasil 22, Natália Deodato, também. O rapper Rappin’ Hood foi um dos precursores a tratar sobre o assunto sem demagogias.

Nesse vídeo para o canal do médico Drauzio Varella, o dermatologista Caio de Castro esclarece seis dúvidas relativas à doença. Não se esqueça, por fim, de estar com a mente em dia. Um acompanhamento psicológico pode - e deve! - te ajudar bastante.

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Evento Plenae: O poder do inconsciente e o desafio da mudança de hábito

Mudança de hábito é sempre um desafio – muitas vezes dos mais difíceis. Vários fatores interferem no exercício de uma nova rotina ou na tentativa de trocar o estilo de vida.

22 de Junho de 2018


Mudança de hábito é sempre um desafio – muitas vezes dos mais difíceis. Vários fatores interferem no exercício de uma nova rotina ou na tentativa de trocar o estilo de vida. “Nem sempre percebemos os fatores inconscientes que podem sabotar nossas tomadas de decisão”, observa o físico norte-americano Leonard Mlodinow, 64 anos, autor do livro Subliminar, como o inconsciente influencia nossas vidas, publicado pela Zahar. O físico esteve em São Paulo para o lançamento da plataforma Plenae, em maio, onde deu a palestra intitulada “O poder do inconsciente e o desafio da mudança de hábito”. Nela, abordou a importância de compreender a mente para que se possa tomar o verdadeiro controle sobre as próprias ações. “É importante diferenciar esse conceito do freudiano. Na neurociência moderna, o inconsciente é explicado pela própria arquitetura do cérebro”, afirmou Mlodinow. Ele tem a responsabilidade de processar a informação automaticamente. Por exemplo, controla os movimentos involuntários, como os batimentos cardíacos. “Você não precisa pensar para o coração bater.” “O inconsciente também é responsável pelos pensamentos analíticos, pelas percepções e pela maneira que construímos nossa realidade”, explicou Mlodinow. “Como resultado, as pessoas pensam, sentem e agem de maneiras, muitas vezes, não planejadas, reagindo aos estímulos que não tinham percebido.” “Mesmo que você honestamente acredite poder deixar seus preconceitos de lado, você não pode”, afirmou o palestrante. “O cérebro recebe o mundo filtrado pelas crenças, desejos e circunstâncias em que o evento acontece. As expectativas influenciam o que vemos. A percepção do mundo físico, as visões, sons e cheiros, como tudo ao redor e até as memórias são uma ilusão”, diz Mlodinow. “É um ato de criatividade realizado pela mente e em grande parte pelo inconsciente.”
Como exemplo, ele explica que nossa visão periférica não é completa. Apenas parte está, realmente, em foco. O cérebro preenche o resto da imagem como uma espécie de "Photoshop natural", pois consegue extrapolar o que deve estar ao redor. Realidade virtual. Se nem nossa visão é real, os julgamentos também são influenciados por fatores que não percebemos. Uma olhadela rápida no rosto de dois candidatos, um décimo de segundo, é muitas vezes suficiente para determinar o ganhador de uma eleição. É o que provou um estudo realizado pela Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. “Somos mais superficiais do que gostaríamos de admitir”, disse o físico. A influência da aparência. No estudo por ele relatado, foram exibidas fotos ao grupo que deveria indicar apenas pela aparência quem seria mais competente para ocupar um cargo no Senado. Os participantes não tinham nenhuma informação a mais sobre as pessoas retratadas. Portanto, não puderam ser influenciados por valores, afiliações partidárias ou mesmo discursos. Na verdade, muitas das fotos eram de políticos. Depois das eleições, os pesquisadores perceberam que os que foram apontados como competentes pelo grupo ocuparam 70% das cadeiras do Senado. O contato físico. Assim como chimpanzés caçam piolhos nos companheiros, o homem também valoriza o toque mais do que percebe. “Não estou falando de abraços ou toques românticos”, diz Mlodinow, “mas daqueles pequenos contatos físicos de meio segundo que fazem parte da interação cotidiana”. Ele citou uma experiência realizada na França, onde um jovem passou uma tarde em uma esquina, abordando mulheres desconhecidas. Ele pedia o número do telefone delas com um discurso-padrão. O jovem tocou discretamente no ombro de metade das mulheres com quem falou – o que fez aumentar a margem dele de sucesso de 10% para 20%. Garçons ou garçonetes que tocam os clientes recebem 30% a mais de gorjetas. Compreender essas influências pode nos ajudar a exercer mais autonomia na vida cotidiana, segundo o palestrante. Dica. Segundo Carl Jung, “esses aspectos subliminares de tudo o que acontece parece ter papel pequeno nas nossas vidas cotidianas, mas são as quase invisíveis raízes dos pensamentos conscientes”. Segundo Mlodinow, ter consciência desse processo ajuda a tomar decisões mais livres de preconceitos e distorções promovidas pelo inconsciente – e assim ter mais controle sobre a vida. Veja a palestra na íntegra aqui.

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