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Droga que adia o envelhecimento entra em fase de testes

Há, em todo mundo, pelo menos 2.000 estudos sobre a rapamicina. Mas para que viver mais se não frearmos as doenças da idade?

12 de Agosto de 2019


Nós, seres humanos, sempre sonhamos com o elixir da juventude . O elixir da hora é a rapamicina , um imunodepressor comumente utilizado contra o processo de rejeição a órgãos transplantados e que se mostrou eficiente no bloqueio de uma enzima que acelera a divisão celular, atalho para o envelhecimento . A rapamicina foi descoberta acidentalmente nos anos 1970, na Ilha de Páscoa, ao verificar-­se que evitava casos de tétano em quem andava descalço, apesar das perfurações nos pés — seu nome deriva da denominação aborígine do território chileno, Rapa Nui. Constatou-­se, em camundongos, um aumento de até 38% na expectativa de vida . A novidade: a substância entra agora na fase de testes clínicos com mulheres e homens. Há, em todo o mundo, pelo menos 2 000 estudos simultâneos em torno do medicamento, com o envolvimento das grandes companhias farmacêuticas. Talvez seja a mais fascinante corrida médica da atualidade. Imagina-se que a rapamicina possa reduzir o ritmo do crescimento de alguns tipos de câncer e frear distúrbios neurodegenerativos, como o Alzheimer . Ela parece ter um efeito semelhante ao de uma dieta de redução calórica, que já se provou eficaz no aumento da expectativa de vida. A rapamicina atua numa proteína chamada mTOR, que controla parte das respostas do metabolismo a situações de stress. O acúmulo de resíduos e proteínas defeituosas nas células cresce ao longo do tempo e estimula o envelhecimento. A rapamicina age nessa estrutura “defeituosa”. Funciona como um disjuntor, que liga e desliga o mecanismo, embora carregue efeitos colaterais relevantes. “O complicado é encontrar a dosagem ideal”, diz o geneticista Hugo Aguilaniu, presidente do Instituto Serrapilheira. “Uma dose menor não dá resultado, e uma dose muito alta pode desencadear efeitos colaterais graves, incluindo dificuldade de cicatrização, pneumonia, maior vulnerabilidade a infecções bacterianas e câncer. É uma troca muito desvantajosa para alcançar a longevidade.” Vivemos cada vez mais, e desejamos ainda mais tempo — em 1960, a expectativa de vida no mundo era de 52 anos; hoje é de 72. No Brasil, o salto foi de 54 anos, há seis décadas, para 75 anos. A humanidade ganhou longevidade e, ao que tudo indica, conquistará ainda mais fôlego com compostos como a rapamicina. Mas há um dilema, interessante demais para ser abandonado: de que valerá ansiar pela condição de um personagem como Peter Pan, a inesquecível criação do britânico J.M. Barrie (1860-1937), que não cresce e permanece atrelado à mágica e à ingenuidade da infância, sem problemas de saúde e da mente, se formos incapazes de controlar as doenças do envelhecimento? Trata-se de uma corrida que traz embutida esperança — a esperança de que, adiando o relógio da morte, seja possível descobrir a cura de alguns males mortais, especialmente os associados ao câncer e à falência do coração. Diz o gerontologista britânico Aubrey de Grey, para quem, numa conhecida provocação, o ser humano que terá 1 000 anos já nasceu, está vivíssimo entre nós: “Nosso corpo será tratado pela medicina como a engenharia lida com uma máquina — danificou, reparou”. Fonte: Letícia Passos, para Veja Síntese: Equipe Plenae Leia o artigo original aqui .

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Os novos medos: qual é o seu?

Depois de um ano e meio de pandemia, especialistas já classificam novos medos e suas respectivas siglas. Conheça um pouco mais sobre elas!

27 de Julho de 2021


Em março de 2020, uma crise sem precedentes - que já vinha tomando forma no resto do mundo - se instaurou no Brasil: o coronavírus. Com ele, a necessidade do distanciamento social. As pessoas nunca estiveram tanto tempo dentro de suas próprias casas, imersas em suas próprias mentes.

Já falamos do tema algumas vezes por aqui. Trouxemos as expectativas dos relacionamentos amorosos pós-pandêmicos , bem como das amizades também. Falamos da solitude e do silêncio desses tempos e seus efeitos, como a desvitalização também tratada por aqui .

Explicamos ainda nesta matéria o significado das siglas FOMO e JOMO: o medo de estar constantemente perdendo algo versus a alegria em não fazer parte de tudo em um mundo acelerado, quase como um movimento slow , também tratado aqui e aqui .

Novas siglas

Mas o mundo muda e, com ele, a sociedade e seus sintomas também. Hoje, iremos te explicar as novas siglas do momento: FOGO, FONO e FODA.

FOGO

A sigla descreve o “ fear of going out ”, esse “medo de ir para fora”, em tradução livre - também conhecido como “Síndrome da Cabana” ( cabin fever ). Ele não é exatamente novo, e já vinha sendo usado (e criado) pelo escritor Patrick McGinnis logo após o atentado do 11 de setembro, mas se encaixa perfeitamente agora em tempos de covid. Se o FOMO é o medo de estar perdendo algo incrível “lá fora”, o FOGO é justamente o oposto: é a sensação de que há algo aterrorizante “lá fora”. Esse artigo conta ainda como esse mecanismo foi crucial para a adaptação e segurança dos homo sapiens.

Apesar da ânsia em ver as pessoas queridas, há um certo receio pairando no ar com esse retorno ao ar livre. Pessoas com TOC, germofobia (medo de germes e contaminação), agorafobia (medo de estar em locais públicos), hipocondria (medo intenso e prolongado de ter uma doença) e até claustrofobia (medo de estar em lugares fechados) - todas elas podem ter seus sintomas piorados durante esse período, como revelou matéria no jornal Estadão . E essa “FOGO” pode se intensificar, sobretudo nesses indivíduos.

FONO

Muito semelhante à anterior, o FONO é o “ fear of the normal ”, ou o “medo do normal” em português. Rotina intensa, grandes deslocamentos, alta socialização e todas as velhas responsabilidades de antes pode apavorar aqueles que se adaptaram bem ao home office e não pretendem voltar ao que era. Mas, caso seja necessário, a escritora Arianna Huffington separou em seu site alguns pequenos passos que podem ajudar a suavizar esse retorno tão temido por uns, e tão ansiado por outros.

FODA

Apesar de parecer um palavrão em português, é mais uma das siglas que unem medo e situações, essa criada pela cientista comportamental inglesa Logan Ury. O “ fear of dating again ” é o “medo de namorar novamente”, lembrando que date em inglês pode significar tanto um namoro quanto um encontro - a depender do contexto.

Com o isolamento social, muitas pessoas se perguntam se serão capazes de se relacionar amorosamente novamente. Isso inclui os que viveram toda a pandemia solteiros ou também os que ficaram solteiros ao longo do período. Há o medo óbvio de se contaminar durante a relação, mas há também o temor de não saber paquerar ou ao menos conversar.

O UOL conversou com especialistas para entender: é possível desaprender a socializar? Sim, mas é possível reaprender rapidamente também essa que é uma das nossas principais habilidades enquanto espécie. Aqui eles também separaram algumas dicas para que você consiga ir devagar e logo se soltar! São elas:

  • Começar por uma chamada de vídeo
  • Não se preocupar tanto em impressionar
  • Lembrar que, se você está ansioso, o outro também deve estar
  • Fazer um retorno gradual, como fazemos com a musculação
  • Se proteja, mas não deixe o medo te paralisar

A vacinação avança a passos lentos e começamos a ver uma luz no fim do túnel. Isso não significa que estamos perto de acabar esse pesadelo, mas falar sobre o fim parece enfim mais próximo e palpável. Porém, para esse retorno, é preciso calma, paciência e bastante jogo de cintura.

Não só pela ameaça ainda iminente da contaminação - afinal, os números se mantêm altos - como também pela nossa saúde mental. Leve o tempo que for necessário para se adaptar e lembre-se que estamos todos no mesmo barco. Se você não começou uma terapia nesse período, talvez agora seja de grande valia. Respire, inspire e adapte-se novamente, como sempre fizemos ao longo da história.

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