Para Inspirar

É possível “capturar” a felicidade?

Estamos sempre em busca de algo que já foi, em uma eterna sensação de “eu era feliz e não sabia”. Mas é possível captar a felicidade quando ela está em curso?

9 de Dezembro de 2020


Desde a sua incipiência, a humanidade corre em busca desse ideal etéreo que é a felicidade. Essa procura se manifestou de diversas formas ao longo da história e é bem resumida pela famosa frase da Declaração de Independência dos EUA: “Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à procura da felicidade ”.

Porém, mesmo depois de tanto tempo, ainda temos alguns problemas que nos travam e paralisam em meio a essa jornada. Um deles parece simples, mas pode não ser: podemos perceber a felicidade no momento em que ela acontece? Ou estamos eternamente fadados à ideia de que “era feliz e não sabia”?

Você já sentiu que a felicidade mora somente no passado, em algo que lhe escapou?Para essa reflexão, faz-se necessária a definição de felicidade, o que já é um problema por si só por se tratar de uma emoção muito subjetiva. Para tanto, é preciso lançar mão de alguns parâmetros - como o conceito de bem-estar subjetivo , que explicamos nesta matéria e funciona como uma régua para cientistas. Também já contamos a relação que o fator propósito pode ter com a sua sensação de felicidade, aqui nesta matéria .

A alegria na fé

Ainda temos as religiões, que muitas vezes possuem um certo ideal de felicidade na base de seus dogmas. A história do Jardim do Éden e do Pecado Original é mundial e historicamente famosa. Deus criou Adão e Eva e colocou-os em seu Paraíso Perfeito, onde viviam felizes e plenos. Ao consumirem o fruto da Árvore do Conhecimento, ambos pecaram e, de acordo com os ensinamentos judaico-cristãos, macularam a humanidade com o pecado.

Ou seja, o primeiro casal de humanos vivia em felicidade de acordo com sua realidade. Ao serem expulsos do Éden (que em hebraico significa “prazer”), caíram em desgraça e deixaram-na escapar pelos dedos, condenando toda a humanidade. Para recuperá-la, a resposta oferecida pela Bíblia é simples: uma vida de adoração a Deus, evitando-se os pecados (e cumprindo as penitências de acordo), para que as recompensas sejam colhidas no pós-vida.

Sendo assim, já nesse cenário a felicidade não é sentida no momento, mas eventualmente, ao alcançar o Reino dos Céus, ou o retorno ao Paraíso de onde fomos expulsos.

O Budismo, por sua vez, tem um conceito mais terreno de felicidade . De acordo com Siddharta Gautama, o Buda, a felicidade virá a nós quando entendermos e superarmos as raízes de todo o sofrimento, e isso acontecerá se seguirmos o caminho do Dharma de iluminação espiritual.

Uma anedota budista conta que um homem disse ao Buda: “Eu quero felicidade!”, ao que O Iluminado respondeu: “primeiro remova o Eu, que é ego. Depois remova o Quero, que é desejo. O que sobra é felicidade”. Mundana e, principalmente, alcançável ainda em vida, a felicidade parece estar logo ali. Não como uma resposta para todas as mazelas sentidas pelo ser humano, mas sim como uma constante, atingida através do controle da nossa própria mente.

A ideia do desejo estar oposta ao ideal de felicidade não é exclusividade de religiões orientais. Em seu TED Talk, o professor Clóvis de Barros Filho diz que nossos desejos são oriundos da falta. Não importa se de bens materiais ou de realização pessoal, duas coisas comumente associadas à felicidade, a falta leva a uma sensação de incompletude e de que, para utilizar de outra frase clichê sobre o assunto, “o melhor ainda está por vir”.

Para Clóvis, a felicidade existe quando vivemos um momento que queremos repetir posteriormente. De acordo com o professor, cada instante é mágico, único e deve ser aproveitado como tal. Se a experiência que passamos é algo que nos marca de maneira positiva, deixando gostinho de “quero mais”, ali fomos felizes.

Essa vontade de repetir seria, então, uma percepção inconsciente da felicidade que sentimos, mas não deixa de ser uma percepção. A felicidade pode, assim, ser sentida quando floresce dentro de nós e, de alguma forma, sabemos disso. Não devemos deixá-la para o “quando”: “quando eu conseguir”, “quando eu fizer”, “quando eu tiver”... Isso coloca muita responsabilidade no futuro e transforma os momentos atuais em “pedágios” que pagamos nesse percurso que, como eventualmente descobrimos, nunca acaba, gerando um ciclo de insatisfação eterna.


A percepção da ciência

Diante das respostas da religião e da filosofia, a ciência também tem algo a dizer acerca do tema. Afinal, se a felicidade é sentida pelo cérebro, ela também pode ser produzida por ele? A resposta bioquímica leva pelos caminhos dos neurotransmissores como dopamina, endorfina e serotonina , responsáveis pelas reações de recompensa e prazer, também muito associadas à felicidade.

Cientificamente, portanto, é possível sentir a felicidade em nós. Quando devidamente estimulada, a máquina cerebral recebe uma descarga de substâncias que provocam a sensação de felicidade. O problema aí é outro: ela é duradoura? Ou só enquanto dura a ação dos neurotransmissores?

A doutora em neurociência Cláudia Feitosa-Santana diz que o ideal não é focar na felicidade em si, mas sim numa vida feliz . Por mais que isso deixe parecer que não é possível sentir a felicidade no momento em que ela ocorre, é o contrário.

Segundo Cláudia, não devemos tentar emendar uma sequência de acontecimentos felizes pois isso só levaria à frustração. Através de características como a resiliência , devemos trabalhar em cima dessas sensações na construção de uma felicidade duradoura, sentida pelo nosso cérebro em sua plenitude na forma de um bem-estar constante.

O psicólogo norte-americano Daniel Gilbert da Universidade de Harvard, autor do livro Stumbling on Happiness , diz que alguns fatores devem ser levados em conta, como a nossa imaginação. Gilbert pontua que nosso ideal de felicidade é ligado à obtenção daquilo que seja nosso objeto de desejo, mas que isso nem sempre é a felicidade real que sentimos. Essa, por sua vez, estaria mais relacionada à capacidade do cérebro de sintetizá-la.

A imaginação pode nos prejudicar nesse aspecto , pois ela cria cenários irreais onde as coisas podem dar certo ou errado, mas, ainda assim, por serem imaginados, eles apresentarão características que não conseguimos discernir das reais. Isso pode atravancar a nossa percepção da felicidade no momento quando ela acontece, pois estamos presos à uma visão tão imaginativa quanto imaginária.

É a nossa imaginação que nubla as visões que temos do passado. O tempo é ardiloso, fazendo com que enxerguemos só as coisas boas do que ficou pra trás. Essa ilusão, carregada de nostalgia, deve, portanto, ser desconstruída.

Não importa o caminho escolhido, mas sim aproveitar os momentos únicos que vivemos e que fazem o cérebro formigar com aquela sensação gostosa de ser feliz. Quando sabemos que estamos sendo felizes, todo o resto vira consequência. E você, já sentiu a sua felicidade hoje?

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A dieta da longevidade

Alterar padrões alimentares é um processo complexo porque mexe com a vida social, o funcionamento do organismo e a sensação de prazer.

18 de Maio de 2018


Alterar padrões alimentares é um processo complexo porque mexe com a vida social, o funcionamento do organismo e a sensação de prazer. E tem ainda um desafio extra: ser uma mudança definitiva e não temporária. O Plano da Dieta da Longevidade traz um conjunto de orientações para serem colocadas em prática ao longo de um mês, facilitando todo o processo. Não se trata de um método restritivo típico de regimes malucos, mas um guia para as pessoas comerem de forma mais saudável, promovendo pequenas alterações na escolha do que vai no prato. O objetivo final é promover uma alimentação que ajude a combater o envelhecimento do organismo. O sucesso do método está em se concentrar no lado positivo da dieta, ou seja, focando no que você pode comer e não no que não pode. Isso ajuda a fortalecer hábitos alimentares saudáveis e aos poucos livrar-se do que não faz bem para a saúde. O Plano da Dieta da Longevidade é formado por quatro diretrizes, que devem ser adotadas ao longo de um mês – uma por semana. Durante esse período a orientação é a de ingerir comida natural do jeito que preferir. Isso implica gastar mais tempo na cozinha – preparando os pratos – e no supermercado – escolhendo com mais cuidados os itens.
Semana a semana. A cada semana, haverá duas mudanças na dieta, uma para adicionar algum tipo de alimento e outra para retirar. Ninguém precisa de lista de pontos calóricos ou de uma complicada combinação de grupos de alimentos em mãos. Basta apenas memorizar quatro regras para serem colocada em prática – uma por semana.
  1. Primeira semana Dobre a quantidade de vegetais, reduza os queijos e o leite
  2. Segunda semana Reduza a carne e coma muitas frutas secas
  3. Terceira semana Coma peixes ​​e nenhum outro alimento branco – arroz e pão, por exemplo
  4. Quarta semana Saboreie muitas frutas, evite alimentos industrializados
Os resultados. Você vai comer melhor, se sentir melhor e, embora não tenha planejado, até vai perder alguns quilos. Depois de se habituar com as trocas alimentares, ficará ainda mais fácil manter essa forma saudável de se alimentar ao longo dos outros meses. Leia o artigo original aqui. Fonte: Mark Stibich Síntese: Equipe Plenae

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