Alexandre Kalache, de 72 anos, um dos maiores especialistas em longevidade no Brasil, alertou para a velocidade com que a população de idosos está aumentando
12 de Junho de 2018
Os jovens precisam pensar desde cedo na velhice – ainda mais hoje do que no passado. O carioca Alexandre Kalache, de 72 anos, conhecido como um dos maiores especialistas em longevidade no Brasil, na palestra realizada no lançamento da plataforma Plenae, em maio de 2018, alertou para a velocidade com que a população de idosos está aumentando.
Segundo ele, pensar na velhice virou uma obrigação para todos, inclusive para os jovens. Planejar uma vida longa e saudável é a única forma de evitar o que Kalache chama de “limiar da dependência”. Não importa a idade, 85 ou 25 anos, os indivíduos precisam ser sempre independentes em todos os sentidos. Precisam contribuir com a sociedade em que vivem.
Envelhecimento acelerado. O número de pessoas acima dos 80 anos cresceu 27 vezes em menos de um século. Hoje, são 14 milhões. Até o fim do século, estima-se que cheguem a 400 milhões. Isso é revolucionário. Até 2015, o Japão era o único país com 30% de sexagenários. A vida está mais para uma maratona do que para uma corrida de 100 metros. “E ninguém vence uma maratona sem estratégia, treino, preparo e propósito”, diz Kalache.
Na França, foram necessários 135 anos para dobrar a população de idosos. Em países emergentes, caso do Brasil, esse processo demorou apenas 20 anos. A velocidade com que a expectativa de vida aumenta – e com ela a proporção de idosos – não é a mesma do avanço das políticas públicas, sociais e econômicas para se adequar aos novos tempos. Os mercados terão de se adequar. Por exemplo, os negócios imobiliários, que acenam com novos empreendimentos com playground, terão que pensar em novos atrativos.
O envelhecimento não afeta apenas as famílias. A longevidade tem impacto em todos os setores da sociedade. Nos Estados Unidos, a geração dita baby boomers (pessoas nascidas entre as décadas de 1940 e 1960) concentram 70% das riquezas do país. No Brasil, não é muito diferente. “Quem tem dinheiro para comprar um carro de luxo?”, pergunta para a plateia. “Só quem tem mais de 50 anos.”
Nem todos chegam com a mesma capacidade à terceira idade. “Ao longo da vida você perde ativos, capital e sofre com uma série de obstáculos, que poderiam ter sido contornados se houvesse melhor planejamento”, diz Kalache. Hipertensão, obesidade e falta de exercícios podem levar a um derrame, por exemplo. O tempo e a qualidade de vida não são iguais para doentes crônicos e indivíduos saudáveis
Estratégia individual.
“O problema não é a idade, mas tudo que veio antes de ela chegar. Ter uma perspectiva de vida torna-se indispensável”, afirma. São quatro os fatores mais importantes no planejamento da velhice que mantêm os indivíduos acima do “limiar de dependência”:
cuidar da saúde;
adquirir conhecimento, cada vez mais;
cultivar vínculos sociais de amizade;
ter situação financeira pelo menos razoável.
Essas são as reservas, segundo o especialista, para ter resiliência e lidar com os impactos da vida. “A economia está difícil, mas quanto antes conseguir juntar esses capitais melhor”, diz Kalache. Não fez até os 60 anos? Sem problemas. Nunca é tarde demais para começar.
Veja a palestra na íntegra
aqui
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Exercício leve pode ajudar a proteger contra o Alzheimer
Você nem precisa dar 10.000 passos por dia para obter o benefício, sugere uma nova pesquisa
30 de Agosto de 2019
Você já sabe que o
exercício
é importante para manter seu corpo saudável à medida que envelhece. No entanto, mais e mais pesquisas sugerem que ele também desempenha um papel em manter sua mente afiada. A atividade física pode, inclusive, ajudar a proteger contra o
Alzheimer
, um distúrbio cerebral progressivo marcado por problemas de memória e declínio cognitivo.
De acordo com nova
pesquisa
publicada no periódico
JAMA Neurology,
você nem precisa exagerar nos exercícios para receber esses benefícios.
Pesquisa.
Os pesquisadores analisaram 182 idosos com idade média de 73 anos. Os participantes usaram um pedômetro para contar quantos passos davam por dia.
No estudo, os cientistas queriam verificar se mais atividade física levaria a uma desaceleração do acúmulo de beta-amiloide, um tipo de proteína que se acumula no cérebro e interrompe os sinais de comunicação entre as células. A beta-amiloide é considerada uma das maiores responsáveis pelo Alzheimer.
Resultado.
Durante sete dias consecutivos, os passos dos participantes foram registrados. Os pesquisadores descobriram que uma maior atividade física durante o acompanhamento estava associada a um acúmulo mais lento de beta-amiloide.
E não é como se essas pessoas de repente começaram a ir ao CrossFit. Os benefícios cerebrais foram observados com um pequeno aumento na prática de exercícios - de 5.600 para 8.900 passos por dia.
"O ponto principal é que tudo conta quando se fala de atividade física", disse à
Runner's World
o co-autor do estudo, Jasmeer Chhatwal, professor assistente de neurologia da Harvard Medical School.
Explicação.
Ainda não se sabe por que o exercício causa esse efeito, acrescentou Chhatwal. Porém, estudos anteriores vincularam a atividade física a um bom ritmo circadiano, associado à melhora a qualidade do sono. E, como a ciência sabe, o sono é crucial para a limpeza de proteínas que prejudicam o cérebro.
O estudo também analisou fatores de risco vasculares - como pressão alta, diabetes, tabagismo e obesidade -, mas os resultados não foram tão notáveis, segundo Chhatwal.
Segundo os pesquisadores, o estudo tem limitações. Primeiro, o rastreamento foi feito apenas por uma semana. Segundo, a intensidade dos passos não foi medida. No entanto, Chhatwal disse que este é um bom ponto de partida para observar a forte conexão entre exercício e a boa saúde cerebral.
Fonte: Elizabeth Millard, para
Runner's World
Síntese: Equipe Plenae
Leia o artigo original
aqui
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