Para Inspirar

Mindfulness e desempenho

Ao falar de mindfulness aplicado à performance, não falamos apenas da performance física, que vence competições e busca uma vitória num esporte. Estamos falando em performance como “viver ao máximo”.

24 de Abril de 2018


George Mumford é considerado a arma secreta de Phil Jackson: quem assessorou em 8 conquistas de títulos da NBA em diferentes times. Em uma postura simples e tranquila, ele dividiu pontos profundos e cheios de iluminação, mostrando como o princípio do mindfulness é apenas um dos superpoderes que temos dentro de nós mesmos.

COMO TER UMA MELHOR PERFORMANCE NA VIDA?

Ao falar de mindfulness aplicado à performance, não falamos apenas da performance física, que vence competições e busca uma vitória num esporte. Estamos falando em performance como “viver ao máximo”, otimizando nossa capacidade de viver plenamente, de momento a momento.

No raciocínio de George T. Mumford, performance é ser capaz de executar fisicamente aquilo que você mentalmente decidiu fazer. Em bom português, é a habilidade de colocar em prática o que você colocou na cabeça. Quando somos crianças, nascemos com essa habilidade, cujo principal recurso vem da capacidade de viver o momento por inteiro. Quando crianças, somos nossa divindade, nossa obra-prima.

Nesse período, nos expressamos por inteiro, estamos vivos e recebemos de braços abertos cada momento que chega até nós. Vivemos em estado constante o senso de maravilha e de aventura. Como resgatar essa sensação na atribulada rotina da vida adulta?

DEVEMOS NOS LEMBRAR DE NOSSOS 5 SUPERPODERES

1. MINDFULNESS, OU ATENÇÃO PLENA:

O que é: o poder de estar presente. Mindfulness é o coração dos cinco super poderes, sendo a habilidade de cultivar o ato de estarmos presentes e olhar para tudo como criancinhas. De deixar as coisas falarem por si só antes de impormos nossos julgamentos sobre elas.


Como trabalhar este poder: o eu entre o estímulo e a resposta. O mundo está constantemente jogando estímulos para nós. Vivemos a todo instante a necessidade de responder a eles. O segredo é enxergar a nós mesmos como um espaço que divide os estímulos que recebemos das respostas que damos.

Uma vez presentes dentro desse espaço, nossa missão é receber cada estímulo, analisá-lo e escolher a resposta que daremos a ele. Cada estímulo pedirá uma resposta diferente, cada ser humano usará um diferente valor para responder a diferentes estímulos. É fácil falar, difícil é colocar em prática.

Na correria do dia a dia, não vivemos em um constante céu azul e calmo em que conseguimos conscientemente parar para criar esse espaço. A rotina muitas vezes é como um furacão que nos envolve. O importante, nesse cenário, é não confundir esse furacão com nosso eu.

Devemos descobrir o centro desse furacão e encontrar quem somos em meio a esse turbilhão de estímulos, sem nos tornar parte dele. Somente dessa maneira conseguimos olhar para as coisas de um ponto de vista equilibrado. Nesse espaço, conseguimos acessar nosso conhecimento e inteligência.

2. RIGHT EFFORT, OU ESFORÇO POSITIVO:

O que é: o poder de cultivar uma mente positiva. Quando a mente está positiva, vemos as coisas de uma maneira melhor. Como trabalhar este poder: a vida como uma maratona. Somos todos atletas na vida. Tudo é uma questão de treinar com a certeza de que vamos conseguir terminar, nem tão rápido, nem tão devagar.

A vida é como muitos dos esportes: ela é 90% o que está na nossa cabeça e 10% o que está fora dela. Se não temos total controle sobre o que acontece fora da nossa mente, é nela que devemos focar. O que você quer? Que preço você tem que pagar pelo que quer? E que preço você quer de fato pagar? Ter essas questões bem claras na cabeça é fundamental para viver melhor. E se a cabeça funcionar com clareza, o corpo e o resto a acompanharão.

3. POISE, OU EQUILÍBRIO:

O que é: o poder de ter concentração e foco. De ser você mesmo sem tentar ser o que não é. Como trabalhar este poder: onde você for, esteja lá. É preciso se sentir confortável dentro do desconforto. Se não estivermos desconfortáveis, não estamos evoluindo, crescendo e aprendendo. O lugar ideal para estarmos por inteiro é entre a zona de conforto e a de desconforto. Não fuja desse lugar.

4. SELF-EFFICACY, OU AUTOEFICÁCIA:

O que é: o poder de ter fé e resiliência. Ser capaz de superar, não importa o que acontecer. Trata-se da habilidade de escolher nossa reação ao que acontece em volta. Assim, nos tornamos mais resistentes. Como trabalhar este poder: acredite que você pode. Quanto mais fazemos, mais somos capazes de fazer.

A partir do momento em que criamos o espaço entre estímulo e resposta gerado pelo mindfulness, percebemos que temos poder sobre o momento, a partir das decisões que tomamos nele. Podemos não ter poder sobre o que nos cerca, mas esse poder de estar presentes para escolher e ser responsáveis por cada escolha feita aumenta a autoconfiança e gera a certeza de que tudo vai dar certo.

5. DEEP LISTENING, OU ESCUTA PROFUNDA:

O que é: o poder de ouvir aquela vozinha que nos diz tudo o que precisamos saber. De seguir nossa intuição, sem sermos simplesmente reativos ou totalmente racionais. Como trabalhar este poder: não confunda sua voz profunda com seus pensamentos. Todos nós temos diálogos internos. Muitos deles são pensamentos negativos automáticos, que só fazem aumentar nosso estresse e sofrimento. Pois eles são apenas barulho.

Precisamos ir além deles. É preciso acessar nossa mente intuitiva, a mente que é nosso mais profundo eu – não apenas os pensamentos que aparecem na nossa cabeça. O poder do pensamento é grande: nos tornamos o que pensamos ser. George Mumford termina a conversa nos lembrando de que já somos obras-primas.

Na realidade, continuamos a ser as obras-primas que éramos quando crianças. Só precisamos (re)descobrir essa obra-prima e dividi-la. Com nós mesmos, com o mundo.

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Para Inspirar

Desmistificando conceitos: o que é o sharenting

Conhecido como a prática excessiva de compartilhar imagens de seu filho, o “shareting” é mais uma herança questionável que a modernidade nos deixa.

29 de Novembro de 2021


Seu filho chorou o dia inteiro. Fez manha, não quis comer, armou um bico e não o desfez tão cedo. Mas, subitamente, ele abre um sorriso daqueles bem cativantes. Clique. É tirada uma foto, que como todo retrato, é apenas um recorte da realidade, um fragmento ínfimo de um dos muitos momentos domésticos possíveis. 


É daí que nasceu o termo sharenting, uma junção das palavras em inglês share (compartilhar) com parenting (parentalidade), termo cunhado em 2012 por um jornalista de tecnologia do jornal americano The Wall Street Journal. Se na pós-modernidade, tudo é passível de ser fotografado e dividido com milhares de pessoas em segundos, as crianças não ficariam de fora. 


O problema da prática são vários. Mais do que a possibilidade de constranger a criança no futuro, o sharenting também vende essa ilusão da parentalidade perfeita, afinal, os momentos mais desafiadores da educação não são registrados, e aquele clique perfeito e super colorido, com potencial para centenas de curtidas, mostra apenas um pedaço do que é real. 


Isso pode contribuir para o sentimento de inferioridade que acomete muitas mães. Essa culpa materna, que afeta tanto as crianças como já contamos aqui e é tão comum em tantas mulheres. Até mesmo um sentimento de FOMO, o “fear of missing out” que também já te explicamos aqui no Plenae, pode se manifestar. 


Segurança das crianças


Tudo isso indica um problema mais no âmbito social e emocional das pessoas, é claro. Mas o sharenting ainda traz um problema muito maior e mais sério: a segurança das crianças que, quando expostas em uma rede social, ficam ainda mais vulneráveis do que já são. 


“Essa superexposição é resultado dos novos meios de comunicação que instigam as pessoas a compartilhar informações pessoais para se sentirem pertencentes a determinado grupo social. Mas, devemos lembrar que existem pessoas má intencionadas que utilizam essas informações de forma negativa, para alimentar sites de pornografia infantil, aplicação de golpes e crimes como sequestro, estelionato etc” diz a advogada Ana Carolina Migliori, especialista em proteção de dados, em artigo para um site da área.


Apesar de as redes sociais serem um ambiente de descontração, é preciso muita cautela. Para Ana Carolina, há alguns passos importantes a serem seguidos, comentados em mesmo artigo: 


  • Não fotografar os menores em locais de fácil reconhecimento como escolas;

  • Não postar os menores em momentos particulares, sem ou pouca roupa como banho, praia, piscina; 

  • Não colocar dados pessoais do menor como nome e números que o identifiquem; 

  • Não compartilhar localização física.


Para além de estar protegendo o seu filho seguindo esses passos, você também estará se protegendo legalmente. Isso porque, segundo esse trabalho de monografia publicado por alunos de Direito, o sharenting pode ferir uma série de direitos da criança como o direito da criança à intimidade, o direito da criança à privacidade e o direito da criança à imagem. Todos eles são previstos em lei aqui no Brasil e garantidos e defendidos constitucionalmente pelo ECA, o Estatuto da Criança e do Adolescente. 


Quando pais dividem informações sobre seus filhos na internet, eles o fazem sem o consentimento da criança, como pontuou Stacey Steinberg, advogada americana da Universidade da Flórida em artigo.de 2016. “Esses pais agem assim como guardiões/protetores da história pessoal da criança e, ao mesmo tempo, como narradores/divulgadores da vida dela. Esse papel duplo na definição da identidade digital do filho deixa a criança desprotegida”, escreve a advogada.


Crianças na internet


Uma pesquisa feita pelo Kaspersky Lab, empresa de segurança na internet, revelou que no Brasil, 96% dos usuários colocam na rede algum tipo de conteúdo pessoal. E ainda, 66% dessas pessoas disseram compartilhar fotos de seus filhos na rede. Prova disso é que, segundo o Jornal Nexo, uma busca rápida pela hashtag #meubebe no Instagram devolve mais de 520 mil imagens de crianças nos mais variados contextos. 


Uma reportagem da Revista Crescer revelou dados de uma pesquisa realizada pela AVG, empresa fabricante de softwares de segurança. Uma das informações mais relevantes é a de que 81% dos bebês com menos de 2 anos já possuem algum tipo de perfil na rede com imagens disponíveis.


Se a segurança, a privacidade e até a autoestima da criança e das outras mães podem ser afetadas pelo sharenting, há quem esteja navegando na onda e ganhando dinheiro fazendo de seus filhos famosos. Por lei, a prática não é proibida, mas há algumas restrições - principalmente no que diz respeito à publicidade. 


O instituto Criança e Consumo, fundado por Ana Lucia Villela - participante da quinta temporada do Podcast Plenae - tem todos os seus olhos atentos a essa movimentação. Em artigo para o site da instituição, alguns dados reveladores também são expostos: segundo a UNICEF, um terço dos usuários da internet são crianças. 


Quando elas se tornam protagonistas desse ramo, os chamados “influenciadores mirins”, há dificuldades de entendimento de seus direitos, tanto pela nebulosidade das leis quanto pelo próprio entendimento da criança e até de sua família. Também há exigências contratuais relevantes que podem dificultar seu dia a dia escolar e até uma alta exposição que, no futuro, ela pode se arrepender. 


Internet e criança são dois assuntos que, quando juntos, torna-se bastante complexo. Por ser também bastante recente, estamos aprendendo na prática os ganhos e perdas dessa interação. Mas, para você, como mãe, vale a máxima: você gostaria que aquele determinado conteúdo estivesse exposto no elevador do seu prédio ou em uma praça? Se a resposta for não, repense antes de compartilhar, afinal, as redes sociais operam como praças públicas. 

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