Para Inspirar
Qual é o papel da mulher no empreendedorismo atual? Conheça em números um pouco dessa realidade enfrentada por Zica Assis, terceira convidada do Podcast Plenae
10 de Julho de 2020
Sonho de muitos, realidades de alguns: empreender tem se tornado a saída para muitos trabalhadores que, desempregados ou não, buscam encontrar o seu propósito no mercado de trabalho e fazer dele o seu sustento.
Muitos acabam empreendendo também para fugir de crises econômicas que volta e meia assolam nosso país, ou até mesmo para realizar o sonho de ser o seu próprio chefe e fazer os seus próprios horários.
O fato é que o empreendedorismo não para de crescer. Prova disso são os dados, que não nos deixam mentir: em 2020 o Brasil deve atingir o seu maior número de empreendedores dos últimos 20 anos, com aproximadamente 25% da população adulta envolvida na abertura de novos negócios.
De acordo com a previsão e levantamento feito pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), organização responsável por monitorar o empreendedorismo no mundo todo, estima-se que o movimento de começar um novo negócio deve se intensificar no pós-pandemia, onde muitos poderão ter perdido os seus empregos.
Ainda segundo a organização, o Brasil é o 4ª país com maior taxa de empreendedorismo inicial - aqueles que possuem até 3,5 anos de existência - no mundo, e tem tudo para despontar com sucesso nesse momento aparentemente promissor para os novos negócios.
O mercado e a mulher
E qual é o papel e a motivação da mulher nessa busca em encontrar uma fatia no mercado para chamar de sua? Um estudo guiado ainda pela GEM concluiu que, a maior parte das mulheres que empreendem o fazem principalmente pela necessidade de ter uma outra fonte de renda, ou para adquirir uma maior independência financeira.
Vale ressaltar que, não importa qual for o negócio, de uma pequena loja local de roupas, a um café de médio porte e até uma grande startup: tudo é considerado empreendedorismo. Desde que tenha partido da iniciativa de uma pessoa em ter o seu próprio negócio, não importa o tamanho dele, já está dentro dos índices que diremos a seguir.
Dados do IBGE, mais especificamente da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) revelaram que cerca de 9,3 milhões de mulheres estão à frente de negócios próprios no Brasil e que, em 2018, elas já representavam 34% dos donos de empresas no Brasil, levando o país à sétima posição mundial nesse aspecto.
O Instituto Rede Mulher Empreendedora organizou um dos estudos mais recentes e completos que também trouxeram números bastante expressivos sobre o tema. Segundo ele, as mulheres empreendedoras são mais escolarizadas que os homens empreendedores e costumam tomar as decisões mais sozinhas.
Apesar das boas notícias e do evidente crescimento da presença feminina no mercado empreendedor, há também ainda as dificuldades de gênero, herança de políticas públicas que as favorecessem tardias e historicamente ainda muito recentes.
O Estatuto da Mulher Casada, por exemplo, só foi aprovado em 1962. Ele garantia, entre outras coisas, o direito da mulher a ter um trabalho sem a necessidade de autorização do seu marido e o direito a ter um CPF. Sem esse documento, mulheres não podiam sequer terem conta em banco e nem tampouco serem donas de seu próprio dinheiro. .
Essas discrepâncias básicas fazem com que, até hoje, profissionais do gênero feminino que decidem encarar a empreitada de abrir o seu próprio negócio ainda tenham que enfrentar entraves específicas, como menos tempo para se dedicar aos negócios por conta das tarefas de casa, ou até fatores subjetivos como menos autoconfiança.
Inspirados pela personagem do terceiro episódio do podcast Plenae, Heloísa Assis, empreendedora que inspirou e ainda inspira diversas mulheres por aí, o Plenae decidiu trazer alguns números que ilustram as dificuldades e as conquistas femininas nos empreendimentos, além de dados sobre as áreas mais comuns e as características de empresas comandadas por elas. Confira a seguir.
E aí, já se sente inspirada para começar o seu próprio negócio e tirar do papel um antigo sonho? Acredite: apesar de ainda haver dificuldades, o cenário nunca esteve tão propício para você dar o primeiro passo!
Para Inspirar
Como entender o que está se passando com a outra pessoa pode ser benéfico para a convivência e sociedade como um todo? Leia mais!
4 de Abril de 2022
Quantas vezes você já sentiu uma emoção muito forte tomando conta de todo o seu ser e, ainda assim, parecia não saber comunicar toda essa sensação para as outras pessoas? Se nem nós mesmos conseguimos identificá-las bem, é fácil presumir que ler os sentimentos do outro é ainda mais difícil.
Porém, nas diversas relações sociais do mundo moderno, essa pode ser uma importante habilidade para uma melhor convivência. Um exemplo que demos aqui no Plenae foi o artigo sobre as cinco linguagens do amor, definidas pelo escritor Gary Chapman. Saber qual é a sua e qual é a do seu parceiro pode evitar - e muito! - os ruídos do dia a dia a dois. Como, então, ler as emoções alheias?
O enigma do outro
Na série de ficção científica Jornada Nas Estrelas, os Vulcanos, raça a qual pertence o famoso personagem Spock, possuem um poder peculiar chamado fusão mental: eles podem tocar a cabeça de outros seres e, então, experimentar os pensamentos, sentimentos, sensações… tudo que aquele cérebro captar, pensar ou sentir, o Vulcano sentirá também.
Nós, humanos, feliz ou infelizmente, não temos como fazer algo parecido. O que fazemos é usar os sentidos para entender melhor o que se passa na cabeça e no coração de outrem. Existe, aí, a importância da empatia, que como explicamos aqui, é diferente da simpatia e é capaz de ser praticada e expandida. Se alguém está demonstrando altos níveis de medo, por exemplo, colocar-se no lugar pode ser uma ótima forma de descobrir o porquê daquilo, de onde vem e qual o motivo.
Há de se tomar cuidado, no entanto, para não medir o mundo pela nossa própria régua. Por mais que as emoções sejam semelhantes, a maneira como as sentimos ou como elas se manifestam varia de pessoa para pessoa, porque tudo que aquele indivíduo vivenciou até hoje vai refletir em como ele expõe o que sente. Subestimar o sentimento alheio só porque ele te parece ínfimo não é uma boa leitura e nem algo pertinente a uma boa convivência.
“As percepções visuais podem diferir entre as pessoas dependendo das crenças e conceitos únicos que cada um tem”, explica Jonathan Freeman, professor e autor de um artigo publicado na revista científica Nature Human Behaviour, buscando desvendar como reconhecemos as expressões faciais das emoções.
O estudo concluiu que nossas próprias vivências pessoais podem afetar a percepção que temos da emoção do outro, e isso pode se tornar um problema, afinal, o que parece grosseria para você, pode ser apenas a forma de se expressar do outro segundo sua própria criação.
A mesma espécie
Mas sentimos nós, enquanto seres humanos, as mesmas coisas? De acordo com o mais famoso evolucionista da história, Charles Darwin, sim. Em seu livro “A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais”, tanto as nossas sensações como as expressões faciais que fazemos são traços evolutivos.
Tais expressões, e a linguagem corporal como um todo, também são uma boa maneira de ler as emoções alheias. Por exemplo, uma pessoa boquiaberta e com os olhos arregalados muito provavelmente está demonstrando surpresa. Sabendo disso, o psicólogo norte americano Paul Ekman expandiu ainda mais o trabalho de Darwin para o que ele chamou de microexpressões: contrações involuntárias feitas pelos músculos faciais quando sentimos alguma determinada emoção.
O psicólogo ganhou notoriedade quando seu trabalho serviu de base para a série Lie To Me (no Brasil, Engana-me Se Puder) de 2009. Nela, o Dr. Cal Lightman é um especialista em microexpressões que usa o seu “poder” para resolver crimes e situações perigosas. Ekman serviu de consultor do seriado.
Por mais que tivesse uma base científica, ainda era, como o poder dos Vulcanos de Jornada nas Estrelas, algo da ficção. De acordo com o psicólogo, até existem pessoas capazes de naturalmente identificar essas contrações (feitas em frações de segundos), mas é uma habilidade muito rara. Para a maioria de nós, o que resta para entender quem nos cerca é a empatia, uma maior atenção e o fortalecimento da nossa própria inteligência emocional.
Mas esse tipo de estudo se tornou popular de tal maneira que até mesmo vídeos no Youtube e uma legião de fãs começaram a chegar. Como é o caso de Vitor Santos, perito certificado em FACS pelo PEG-USA, único instituto no mundo autorizado à certificação científica em Codificação Facial pelo sistema FACS.
Dono do canal Metaforando, que já conta com mais de 5 milhões de inscritos, ele analisa desde expressões faciais de criminosos até vídeos mais populares, baseados em acontecimentos recentes da sociedade. Ele faz parte da ínfima parcela da sociedade que consegue não só identificar microexpressões com uma rapidez impressionante, mas também interpretá-las de forma aprofundada.
Inteligência emocional
Uma maior inteligência emocional constrói um alicerce mais sólido para identificar e entender as nossas próprias emoções e, por consequência, as de quem nos cerca. Saber o que se está sentindo e a maneira de lidar com isso diminui muito os supracitados momentos de “estou assim mas não sei comunicar o que é”.
Na animação da Pixar Divertidamente (2015), que também teve consulta de Ekman, as emoções mais básicas (alegria, tristeza, medo, raiva e nojo) são personificadas por pequenas entidades que ficam em nosso cérebro. Dependendo da situação, uma ou outra entidade assume o comando. A inteligência emocional ajuda muito a entendermos isso, qual das emoções que tomou as rédeas do nosso comportamento naquele determinado momento.
Em entrevista para o Plenae, a psicóloga Beatriz Cançado mencionou a roda de emoções, e como é um desperdício o fato de reduzirmos os nossos sentimentos a poucos nomes, quando existem uma infinidade deles, e nomeá-los corretamente pode ser um caminho importante para o autoconhecimento e para a almejada inteligência emocional.
Assim, saber ler a emoção do outro é algo tão importante que é tratado, muitas vezes, como um poder em diversas formas de mídia. Saber o que a pessoa ao seu lado, seja numa relação romântica, de trabalho ou de família, está passando é importante para uma melhor comunicação e convivência.
Há, então, essa grande importância de se desenvolver a empatia e a inteligência emocional. Isso não aprimora não só você, mas também a capacidade de se envolver e relacionar. E nem precisa ser cientista, Vulcano ou alguém com uma habilidade incrivelmente rara para tanto.
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