Para Inspirar

Os benefícios de viajar para a saúde

Viajar é mais do que somente divertido, e pode trazer benefícios para seu cérebro, criatividade e saúde mental.

16 de Dezembro de 2020


Um dos maiores sonhos de todas as pessoas na sociedade moderna é o de viajar. Quem nunca, em dias especialmente cansativos, entreteu a ideia de largar tudo e rodar o mundo só com a roupa do corpo? O ato de viajar se tornou o equivalente ao maior escape possível das agruras do dia-a-dia.

Mas nem todos estão somente fugindo de um problema ou buscando uma espécie de alienação inofensiva. Muitos adotam o pé na estrada como estilo de vida e até carreira. É o caso da família Nalu, personagens do quarto episódio da terceira temporada do Podcast Plenae - Histórias Para Refletir, que narra sua trajetória emocionante e invejável pelo mundo e seus descobrimentos.

Viajar, de fato, tem muitos benefícios, especialmente para a saúde do nosso cérebro. Estudos mostram que viajar estimula a criatividade, além de afastar a depressão, a ansiedade e o estresse. Em tempos cada vez mais corridos, uma viagem simples pode se tornar um retiro importante para o bem-estar de sua saúde mental.


Poucas pessoas tem tanta propriedade para falar do tema de viagens como Amyr Klink. O navegador brasileiro ficou famoso por seus feitos como atravessar o oceano Atlântico num barco a remo e fazer a circunavegação em menos de 3 meses a bordo de um veleiro.  Sobre o assunto, ele diz:

“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”.

Viajar e entrar em contato com outras realidades pode ser uma experiência muito útil para abrir nossos olhos e ver o mundo como ele é, em vez de apenas conjecturar sobre ele sem conhecimento. Em seu TED Talk , Lexie Alford, a pessoa mais nova a viajar para todos os países do mundo, conta a história da única vez em que ela temeu por sua integridade física: no Iêmen, ela viu, durante a noite, aproximadamente 50 pessoas reunidas num estacionamento descarregando armas automáticas. Depois de passar a madrugada temendo por sua vida, descobriu que se tratava apenas de um casamento.

Alford aproveita para dizer como essa situação de pavor veio da falta de conhecimento dela sobre a cultura local. Viajar é o melhor remédio para quaisquer tipos de preconceitos. O famoso autor americano Mark Twain já dizia, corroborando a fala de Amyr Klink :

“Viajar é fatal para o preconceito, à intolerância e às ideias limitadas; só por isso, muitas pessoas precisam muito viajar. Não se pode ter uma visão ampla, abrangente e generosa dos homens e das coisas vegetando num cantinho do mundo a vida inteira.”

Zona de conforto

A ideia do “cantinho do mundo” de Twain pode ser explicada por uma frase que vemos muito nos dias de hoje: a zona de conforto. Lexie diz que essa zona nos cerca em três pontos: a mente, o corpo e a alma. O ato de viajar, de ver o mundo e encarar uma realidade totalmente diferente com nossos próprios olhos e mentes pode ser uma experiência única e edificante no caminho do autoconhecimento.

Para usar de outro clichê sobre o tema, a vida começa onde a zona de conforto termina. Em palestra, o professor e filósofo Leandro Karnal diz: “todo cérebro que não está recebendo, está perdendo. Tudo que não está crescendo, está diminuindo. Tudo que não está se renovando, está morrendo”.

Isso vai de encontro aos benefícios trazidos pela viagem como a criatividade aumentada. O cérebro reage positivamente e a melhora na saúde mental é imediata, o que acarreta, também, em melhora da saúde física. Mens sana in corpore sano , do latim, “mente sã em corpo são”.

Com tantos bônus, a fórmula parece simples: para uma vida melhor, viaje mais. Na prática, sabemos que não é bem assim. Existem inúmeros obstáculos na hora de viajar. Os horários de trabalho cada vez mais maçantes e abusivos são o inimigo público número um da viagem, mas não são os únicos.

A própria rotina, expressão máxima da zona de conforto, é outro problema enorme. Ao nos habituarmos ou, como diz Karnal, cairmos na estabilidade, perdemos a motivação necessária para sair da própria bolha que construímos ao longo dos dias. A inércia do cotidiano é o que nos mantém caminhando, mas os passos são sempre os mesmos.

Viajar é justamente sobre isso: sobre encontrar novas vias, pessoas, culturas e realidades. Ou apenas tirar uma folga, dar um respiro antes de voltar a imergir no oceano de problemas e estresse do dia-a-dia. Tudo isso faz bem para a mente, o corpo e a alma e mantém acesa a nossa chama interior.

Nesta matéria , contamos sobre a peregrinação do empresário Marco Antonio dos Reis, que sentiu necessidade justamente de fugir desta tão temida zona de conforto em que habitou por toda a vida. Diz ele que “ precisava reenergizar, sair da rotina, despertar uma consciência sem as distrações hiperativas de uma viagem repleta de roteiros milimetricamente planejados”. Porque somos tão habituados ao cálculo que até mesmo em viagens, costumamos estar dentro do planejado.


Não é preciso fazer viagens enormes e tão drásticas como as de Klink, de Alford, da família Nalu ou até as peregrinações de Ale Edelstein e Marco Antonio. Muitas vezes, apenas uma ida para a praia ou para o interior já é o suficiente para recarregar as baterias e energias, aproveitando para se conectar consigo mesma e com o mundo que nos cerca.

Por isso, é sempre importante se planejar para tirar um tempo onde se possa mudar de ares, de ideias. É sempre melhor manter a cabeça arejada e tirar as próprias conclusões sobre a realidade das coisas, por mais que o mercado de trabalho, cada vez mais, nos force a focar no nosso cantinho de mundo, como bem disse Twain. E você, já planejou sua próxima viagem hoje?

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Como abraçar o estresse e tê-lo como seu aliado

O estresse é parte do nosso cotidiano. Mas como fazer dele seu aliado, segundo ensinamentos do psicólogo Ben Shahar?

24 de Julho de 2020


Estresse, palavra tão conhecida e amplamente utilizada pelo vocábulo moderno - e que gera arrepios diante de sua mais breve menção ou possibilidade de acontecer. Isso porque, para o dicionário “popular”, estresse é sinônimo de irritação, desestabilização ou exposição à um alto nível de perturbação emocional.


Mas para o neurologista Fabiano Moulin, em sua entrevista para o Portal Plenae, o estresse “nada mais é do que uma tentativa do nosso cérebro de se reorganizar.” Isso pode acontecer em diferentes intensidades, é claro, mas nem sempre precisa ser algo traumático.

É o que diferentes especialistas acreditam e pregam hoje em dia, sobretudo o psicólogo israelense Tal Ben-Shahar, também conhecido como “professor da felicidade” na Universidade de Harvard, e um dos convidados do evento Plenae em 2018 (você confere vídeo de sua participação aqui).

O autor de best-sellers como “Seja Mais Feliz” e “A ciência da felicidade” reúne, em seus escritos e palestras mundo afora, alguns ensinamentos sobre o bom equilíbrio entre doses de estresse cotidianas e inevitáveis e a busca da tão sonhada calmaria e felicidade.

Para ele, estamos estudando há muito tempo os fatores que nos geram estresse, mas não as condutas que temos diante desses episódios. E pode ser justamente aí que mora a “cura” para a epidemia do século, segundo palavras do próprio.


Em entrevista ao jornal El País, o psicólogo classifica a busca pela felicidade como algo ancestral, citado até mesmo em escritos de Aristóteles. Para ele, “as emoções negativas, como a raiva, o medo e a ansiedade, são necessárias para nós. Só os psicopatas estão a salvo disso e o grande problema é, na realidade, a falta de educação emocional que enfrentamos.

Conheça alguns de seus principais ensinamentos a seguir!



Em seu curso de Psicologia Positiva, em Harvard, esse era um dos primeiros tópicos abordados em sua aula. Para o psicólogo e também filósofo, “quando negamos as emoções dolorosas e negativas — que são naturais, elas se intensificam”.

Para ele, ter espaço na vida onde possamos ser autênticos e com boas doses realistas, é imprescindível. Isso porque a ausência desse local é justamente o que acaba comprometendo nossa felicidade e até nossa saúde, gerando altos níveis de estresse e culminando em possíveis comorbidades emocionais, como o burnout (esgotamento físico e mental).

Se permita ser humano e entenda que nosso cérebro precisa dessas nuances emocionais para criar métodos comparativos. É a velha história de só saber o que é bom quando se conhece o que é ruim. Não há arco-íris sem chuva, lembre-se.


Para o estudioso, uma das descobertas mais relevantes na ciência nas últimas duas décadas no que diz respeito aos estudos da mente é bem simples: o estresse não é o problema. Ele é, na verdade, parte do nosso sistema defensivo do organismo.

Há algo mais danoso do que ele, e é também uma queixa constante da sociedade: a falta de tempo. Não há um período de recuperação entre um momento de estresse ou outro, e eles acabam por se acumular, o que prejudica demais o equilíbrio físico e mental.

Para ele, “as pessoas mais bem sucedidas, mais saudáveis e mais felizes experimentam o estresse como todos nós, mas encaixam momentos para recuperação na rotina estressante.” É justamente nesses intervalos que moram a reenergização da nossa vida.


Cada escolha é uma renúncia, como já atesta o dito popular. E, para Tal Ben, isso é um fato. Tanto que elas podem refletir em todo o seu estado emocional, tanto antes de decidir, sentindo a ansiedade diante das opções, até o depois da decisão, lidando com o que vier dela.

Para ele, se nós, seres imediatistas em uma era globalizada e urgente, prestássemos mais atenção às nossas escolhas em diferentes universos, colheríamos bons resultados posteriormente. Além disso, enxergar esse momento da escolha como algo natural e saudável também evitaria o famigerado sofrimento por antecipação.

É importante também perceber quando você esteve mais feliz. O que você estava fazendo? Com quem estava? O contrário também vale: qual era sua atitude em momentos de estresse? Essa lição de casa sobre si mesmo pode te ajudar - e muito! - na hora de tomar decisões.


Quando lemos sobre relação, geralmente elas dizem respeito a relações amorosas e afetivas. Mas há muito poder no relacionamento familiar, de trabalho e na amizade.

A grande lição é: valorize essas trocas, seja com quem for. Elas exercem um grande poder sobre nossos dias e sobre quem somos e como lidamos com as situações ruins. Além disso, são para elas que corremos quando estamos desequilibrados emocionalmente, e é preciso que elas sejam sólidas para que sejam de grande valia nesses episódios.

Em tempos de pandemia, ficou ainda mais evidente que, apesar da grande ajuda que a  tecnologia exerce para nos manter perto, ela não substitui o contato humano. Prova disso é a já comprovada “fome de pele”, estudada por neurologistas e mencionadas aqui nessa matéria.


Assim como qualquer outra atividade na vida, abraçar o estresse e tê-lo como seu aliado para impulsionar sua vida e suas decisões demanda treino. Seguir todas as lições já citadas e mudar os seus pontos de vista não é tarefa fácil, mas extremamente necessária para quem busca esse equilíbrio.

Há níveis de recuperação do estresse, como meditação, caminhada, exercícios físicos, sair com amigos, ter boas noites de sono, estar mais offline, tirar dias de folga e viajar. É claro que a nossa rotina não consegue permitir todos de uma vez, mas que tal incluir o que se encaixa, devagar, em seu dia a dia?

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