Para Inspirar

Quanto tempo de sono realmente precisamos?

Conversamos com uma biomédica em busca da resposta de uma pergunta que permeia o imaginário popular há séculos.

21 de Janeiro de 2021


A terceira temporada do Podcast Plenae - Histórias Para Refletir chegou ao fim em dezembro, e com ela, o episódio de Izabella Camargo. A jornalista que, de tanto dedicar-se à sua carreira, viu seu corpo ceder e entrou para as estatísticas da Síndrome de Burnout. Mas, o que ela relata é que seu principal mal foi a privação de sono.

Por conta de seu horário de trabalho - que se dava de madrugada - Izabella nunca mais foi capaz de ter uma boa qualidade de sono, pois o horário que tinha pra dormir não parecia o ideal para seu corpo.

“Me mudei do terceiro pro décimo sexto andar do prédio para ter mais silêncio. Não adiantou. Adotei um ritual pro cérebro desligar: banho, chá de camomila, floral, meditação… Não funcionou. Cheguei ao ponto de tomar remédio. E ainda assim não deu certo. Cada dia eu adormecia num horário. A privação de sono fez a mente e, por consequência o meu corpo, saírem do eixo” como conta.

Luta contra o tempo

Segundo a biomédica Melissa Alves Braga de Oliveira, mais importante do que a quantidade de horas ou o horário certo, é preciso ter qualidade no sono. A doutoranda no departamento de psiquiatria e ciências do comportamento em cronobiologia e sono, conversou com o Plenae para responder a pergunta: afinal, quantas horas de sono precisamos?

A resposta é: depende. E justamente por ser tão variável de indivíduo para indivíduo, é tão difícil de cravar um único valor. “Temos atualmente uma média de quantidade de horas de sono que seriam adequadas para determinadas faixas etárias. Mas é importante ressaltar que são valores médios, que variam de pessoa para pessoa, e também de condições como a genética, fatores médicos, ambientais e comportamentais” diz.

A média citada por ela e cravadas pelas literaturas mais atuais da neurologia são :

  • bebês (4 - 11 meses): 12 a 15 horas;
  • primeira infância (1 - 2 anos) : 11 a 14 horas por dia;
  • idade pré-escolar (3 - 5 anos) : 10 a 13 horas por dia;
  • idade escolar (6 - 13 anos): 9 a 11 horas por dia;
  • adolescentes (14 - 17 anos): 8 a 10 horas por dia;
  • jovem adulto (18 - 25 anos): 7 a 9 horas por dia;
  • adulto (26 - 64 anos): 7 a 9 horas por dia;
  • idoso (a partir de 65 anos): 7 a 8 horas por dia.

“Quantidade de sono é diferente de qualidade de sono. Posso ter dormido às 8h, mas acordei mal, cansado, então não foi uma boa noite de sono. Mas se um paciente relata acordar bem disposto, mesmo não tendo dormido exatamente aquele valor preconizado, então para essa pessoa essa é a quantidade de sono ideal” explica a especialista.

Isso pode estar atrelado também ao fator pessoal da pessoa, chamado de cronotipo. “Nós temos uma estrutura no cérebro chamada núcleo supraquiasmático, que é responsável por organizar nossos ritmos internos. É ela que sincroniza nossos ritmos diários, como reconhecer que está claro e, portanto, é dia, e informa o resto do corpo que ele precisa desempenhar as funções matutinas” explica.

Porém, mesmo ela pode apresentar diferenças entre indivíduos, o então cronotipo. “Essa diferença vai morar justamente nessa definição do quanto o relógio biológico interno do indivíduo está sincronizado com as variações do ambiente. Para algumas pessoas, essa variação influencia no fato de ela se sentir melhor durante a noite, por exemplo. E sabemos ainda que o cronotipo vai mudando com a idade” relata.

No caso de Izabella, a dificuldade em dormir no horário imposto pela sua profissão se dava justamente por conta de seu cronotipo. “Sempre fui uma pessoa de sono fácil (...). Me deitava às 10 da noite e levantava às 5 ou 6 da manhã. Acordar nesse horário é maravilhoso para mim, porque eu sou matutina. (...) Mas, por quatro anos, eu precisava despertar entre meia-noite e duas da manhã. E, para acordar à meia-noite, eu tinha que dormir às 5 da tarde” conta ela. “Tenta imaginar como é se deitar às 17 horas, com o barulho da cidade, o calor e a claridade desse horário?”.

Sendo assim, é impossível cravar uma quantidade de horário exata sem levar em consideração o contexto onde a pessoa está inserida e suas próprias características pessoais. “A avaliação clínica, a anamnese, a percepção do indivíduo que não depende só de um exame laboratorial, é essencial para auxiliar nessa busca pela sua quantidade ideal. Ouvir como é sua rotina complementar com avaliações objetivas como a polissonografia, que verá a arquitetura do seu sono, e aí sim, compreendê-lo e compreender o seu descanso” diz Melissa.

Perceba que até mesmo o seu sono demanda um certo nível de autoconhecimento. Estamos sempre em constante conversas e acordos internos, e é preciso apurar sua percepção sobre si mesmo para buscar a tão almejada qualidade de vida. E você, já olhou para si hoje?

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Bondade aumenta em 50% o tempo de vida

Ter um bom círculo social aumenta em 50% as chances de viver mais e melhor.

31 de Janeiro de 2019


Ter um bom círculo social aumenta em 50% as chances de viver mais e melhor. Enquanto muitos pensam que precisam encontrar alguém para ser amado, pesquisas apontam que é mais importante dar amor quando se fala em aumento de expectativa de vida e bem-estar. Conheça abaixo seis pesquisas que apontam para esse fato.
  1. Idosos. Um estudo feito por Stephanie Brown, da Universidade de Stony Brook, com idosos, mostrou que quem ajuda outras pessoas vive mais tempo.
  2. Voluntariado. Sara Konrath, da Universidade de Michigan, apoia e amplia as descobertas de Brown: prova que o voluntariado promove vida mais longa. Curiosamente, ela descobriu que a beneficência prolongou vidas apenas quando praticada por razões altruístas. Quando desejamos sinceramente ajudar, colhemos os benefícios.
  3. Meditação. Um novo estudo sobre a meditação da bondade amorosa – uma prática que envolve gerar amor e benevolência para com os outros – mostra que praticar o amor regularmente reduz o envelhecimento celular (duração dos telômeros).
  4. Recuperação de doenças . Pesquisas de Ed Diener e Martin Seligman sugerem que a conexão afetiva, em geral, ajuda a ter melhor saúde mental e física, acelerando até mesmo a recuperação de doenças. O amor protege o organismo dos efeitos negativos do estresse e ajuda a promover sentimentos positivos.
  5. Stress. As emoções negativas – caso da raiva e do estresse – são associadas a problemas físicos, como as doenças cardiovasculares, segundo estudo do psiquiatra Edward Suárez, do Centro Médico da Universidade de Duke.
  6. Inflamações. Mesmo no nível celular, saúde e bem-estar prosperam em contexto social no qual podemos sentir e expressar amor. Steven Cole, pesquisador da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, descobriu que a conexão social fortalece nosso sistema imunológico . Os genes afetados pela conexão social também codificam a função imunológica e a inflamação. Enquanto pessoas com baixa conexão social têm níveis mais altos de inflamação, indivíduos com uma vida rica em compaixão, altruísmo e maior significado possuem níveis surpreendentemente baixos de inflamação.
Leia o artigo completo aqui .

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