Para Inspirar

Você sabe ler a emoção do outro?

Como entender o que está se passando com a outra pessoa pode ser benéfico para a convivência e sociedade como um todo? Leia mais!

4 de Abril de 2022


Quantas vezes você já sentiu uma emoção muito forte tomando conta de todo o seu ser e, ainda assim, parecia não saber comunicar toda essa sensação para as outras pessoas? Se nem nós mesmos conseguimos identificá-las bem, é fácil presumir que ler os sentimentos do outro é ainda mais difícil. 

Porém, nas diversas relações sociais do mundo moderno, essa pode ser uma importante habilidade para uma melhor convivência. Um exemplo que demos aqui no Plenae foi o artigo sobre as cinco linguagens do amor, definidas pelo escritor Gary Chapman. Saber qual é a sua e qual é a do seu parceiro pode evitar - e muito! - os ruídos do dia a dia a dois. Como, então, ler as emoções alheias?

O enigma do outro

Na série de ficção científica Jornada Nas Estrelas, os Vulcanos, raça a qual pertence o famoso personagem Spock, possuem um poder peculiar chamado fusão mental: eles podem tocar a cabeça de outros seres e, então, experimentar os pensamentos, sentimentos, sensações… tudo que aquele cérebro captar, pensar ou sentir, o Vulcano sentirá também.

Nós, humanos, feliz ou infelizmente, não temos como fazer algo parecido. O que fazemos é usar os sentidos para entender melhor o que se passa na cabeça e no coração de outrem. Existe, aí, a importância da empatia, que como explicamos aqui, é diferente da simpatia e é capaz de ser praticada e expandida. Se alguém está demonstrando altos níveis de medo, por exemplo, colocar-se no lugar pode ser uma ótima forma de descobrir o porquê daquilo, de onde vem e qual o motivo. 

Há de se tomar cuidado, no entanto, para não medir o mundo pela nossa própria régua. Por mais que as emoções sejam semelhantes, a maneira como as sentimos ou como elas se manifestam varia de pessoa para pessoa, porque tudo que aquele indivíduo vivenciou até hoje vai refletir em como ele expõe o que sente. Subestimar o sentimento alheio só porque ele te parece ínfimo não é uma boa leitura e nem algo pertinente a uma boa convivência.

“As percepções visuais podem diferir entre as pessoas dependendo das crenças e conceitos únicos que cada um tem”, explica Jonathan Freeman, professor e autor de um artigo publicado na revista científica Nature Human Behaviour, buscando desvendar como reconhecemos as expressões faciais das emoções.

O estudo concluiu que nossas próprias vivências pessoais podem afetar a percepção que temos da emoção do outro, e isso pode se tornar um problema, afinal, o que parece grosseria para você, pode ser apenas a forma de se expressar do outro segundo sua própria criação.

A mesma espécie

Mas sentimos nós, enquanto seres humanos, as mesmas coisas? De acordo com o mais famoso evolucionista da história, Charles Darwin, sim. Em seu livro “A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais”, tanto as nossas sensações como as expressões faciais que fazemos são traços evolutivos.

Tais expressões, e a linguagem corporal como um todo, também são uma boa maneira de ler as emoções alheias. Por exemplo, uma pessoa boquiaberta e com os olhos arregalados muito provavelmente está demonstrando surpresa. Sabendo disso, o psicólogo norte americano Paul Ekman expandiu ainda mais o trabalho de Darwin para o que ele chamou de microexpressões: contrações involuntárias feitas pelos músculos faciais quando sentimos alguma determinada emoção.

O psicólogo ganhou notoriedade quando seu trabalho serviu de base para a série Lie To Me (no Brasil, Engana-me Se Puder) de 2009. Nela, o Dr. Cal Lightman é um especialista em microexpressões que usa o seu “poder” para resolver crimes e situações perigosas. Ekman serviu de consultor do seriado.

Por mais que tivesse uma base científica, ainda era, como o poder dos Vulcanos de Jornada nas Estrelas, algo da ficção. De acordo com o psicólogo, até existem pessoas capazes de naturalmente identificar essas contrações (feitas em frações de segundos), mas é uma habilidade muito rara. Para a maioria de nós, o que resta para entender quem nos cerca é a empatia, uma maior atenção e o fortalecimento da nossa própria inteligência emocional.

Mas esse tipo de estudo se tornou popular de tal maneira que até mesmo vídeos no Youtube e uma legião de fãs começaram a chegar. Como é o caso de Vitor Santos, perito certificado em FACS pelo PEG-USA, único instituto no mundo autorizado à certificação científica em Codificação Facial pelo sistema FACS. 

Dono do canal Metaforando, que já conta com mais de 5 milhões de inscritos, ele analisa desde expressões faciais de criminosos até vídeos mais populares, baseados em acontecimentos recentes da sociedade. Ele faz parte da ínfima parcela da sociedade que consegue não só identificar microexpressões com uma rapidez impressionante, mas também interpretá-las de forma aprofundada.

Inteligência emocional

Uma maior inteligência emocional constrói um alicerce mais sólido para identificar e entender as nossas próprias emoções e, por consequência, as de quem nos cerca. Saber o que se está sentindo e a maneira de lidar com isso diminui muito os supracitados momentos de “estou assim mas não sei comunicar o que é”.

Na animação da Pixar Divertidamente (2015), que também teve consulta de Ekman, as emoções mais básicas (alegria, tristeza, medo, raiva e nojo) são personificadas por pequenas entidades que ficam em nosso cérebro. Dependendo da situação, uma ou outra entidade assume o comando. A inteligência emocional ajuda muito a entendermos isso, qual das emoções que tomou as rédeas do nosso comportamento naquele determinado momento.

Em entrevista para o Plenae, a psicóloga Beatriz Cançado mencionou a roda de emoções, e como é um desperdício o fato de reduzirmos os nossos sentimentos a poucos nomes, quando existem uma infinidade deles, e nomeá-los corretamente pode ser um caminho importante para o autoconhecimento e para a almejada inteligência emocional. 

Assim, saber ler a emoção do outro é algo tão importante que é tratado, muitas vezes, como um poder em diversas formas de mídia. Saber o que a pessoa ao seu lado, seja numa relação romântica, de trabalho ou de família, está passando é importante para uma melhor comunicação e convivência. 

Há, então, essa grande importância de se desenvolver a empatia e a inteligência emocional. Isso não aprimora não só você, mas também a capacidade de se envolver e relacionar. E nem precisa ser cientista, Vulcano ou alguém com uma habilidade incrivelmente rara para tanto.

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Para Inspirar

Porque ter amigos é essencial para uma vida longa

A ciência já comprovou que as amizades evitam doenças e reduzem o estresse

8 de Novembro de 2019


As amizades são um ingrediente fundamental para uma vida longeva e feliz. Portanto, é necessário dar a elas a atenção que merecem. Enquanto os relacionamentos familiares geralmente vêm com uma dose de culpa e obrigação, os amigos são o antídoto para os desafios da vida cotidiana. A maioria das pesquisas científicas sobre saúde e relacionamentos é focada em parceiros românticos. No entanto, pesquisadores descobriram que nossas amizades têm um impacto maior em nossa saúde do que os casamentos. Eis alguns benefícios das amizades sobre a saúde:
  • Cientistas australianos descobriram que as pessoas mais velhas com um grande círculo de amigos tinham 22% menos probabilidade de morrer durante os 10 anos da pequisa do que aquelas com menos amigos.
  • Em 2006, uma pesquisa com quase 3.000 enfermeiras com câncer de mama descobriu que aquelas sem amigos próximos tinham quatro vezes mais chances de morrer da doença do que mulheres com 10 ou mais amigos. A existência de um cônjuge, por outro lado, não estava associada à sobrevivência das pacientes.
  • Em um estudo de seis anos com 736 suecos de meia-idade, ter um relacionamento amoroso não afetou o risco de doenças cardíacas fatais, mas ter amigos, sim. Entre os fatores de risco para a saúde cardiovascular, a falta de apoio social era tão ruim quanto o tabagismo.
Por que as amizades são tão boas para nós? Os cientistas têm teorias:
  • Suporte logístico: os amigos podem fazer compras e buscar remédios para uma pessoa doente, embora na maioria dos estudos a proximidade física não tenha sido um fator nos benefícios da amizade.
  • Acesso à saúde: pessoas com fortes laços sociais podem ter melhor acesso aos serviços e cuidados de saúde ou maior probabilidade de procurar ajuda.
  • Menos estresse: indivíduos com fortes amizades desenvolvem menos resfriados, talvez porque tenham níveis mais baixos de estresse.
  • Pressão positiva: os pesquisadores descobriram que certos comportamentos de saúde parecem contagiosos e que nossas redes sociais - pessoalmente e on-line - podem influenciar a obesidade, a ansiedade e a felicidade geral. Um relatório recente descobriu que a rotina de exercícios de uma pessoa foi fortemente influenciada pelos amigos.
O efeito também pode ser o oposto. Um estudo de 2007 mostrou um aumento de quase 60% no risco de obesidade entre pessoas cujos amigos ganharam peso. Amizades facilitam o envelhecimento O jornalista americano Dan Buettner, pesquisador das Zonas Azuis, isto é, lugares do planeta onde as pessoas são longevas, descobriu que amizades positivas são um tema comum nessas regiões. Buettner falou sobre essas comunidades no evento do Plenae , em 2018. Em Okinawa, no Japão, onde a expectativa média de vida das mulheres é de cerca de 90 anos, os indivíduos formam um tipo de rede social chamada moai. Trata-se de um grupo de cinco amigos que oferece apoio social, logístico, emocional e até financeiro para uma vida inteira. O grupo também parece influenciar os comportamentos de saúde ao longo da vida. Buettner aconselha as pessoas a se concentrarem em três a cinco amigos do mundo real, em vez de colegas distantes do Facebook. "Em geral, você quer amigos com quem possa ter uma conversa significativa", diz. “Você pode ligar para eles em um dia ruim e eles se importarão. Seu grupo é melhor do que qualquer medicamento ou suplemento antienvelhecimento e fará mais por você do que qualquer outra coisa.” Fonte: Tara Parker-Pope, para The New York Times Síntese: Equipe Plenae Leia o artigo completo aqui .

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