Entrevista com

Flávio Moreira

Mentor e palestrante de desenvolvimento pessoal

Como cuidar da saúde mental e física em tempos de pandemia

23 de Março de 2020



Para o mentor e palestrante de desenvolvimento pessoal, Flávio Moreira, um dos mecanismos mais eficazes de trazer bem-estar mesmo em meio ao caos é o estabelecimento de rotinas. 

Como manter o equilíbrio da mente e do corpo em tempos de pandemia? Pensar em criar rotinas produtivas em casa. Porque quando nós não criamos, elas são criadas automaticamente à revelia do seu dia a dia, porque você não cuidou. Nesse cenário, você pode se ver criando novos condicionamentos em casa que não são favoráveis a saúde emocional e física, e até a relações familiares. Pense na quarentena como um momento de se organizar não só para esses dias, mas para manter depois. Bem-estar tem muito a ver com rotinas, com como você acorda, como você se alimenta, como você pratica alguma atividade que favoreça o desenvolvimento do seu corpo - seja através de um esporte ou outra metodologia. Quem não fizer essa estrutura de suas rotinas pessoais pode se ver incluído em comportamentos perniciosos.   

O que incluir então nessa rotina? Antes de mais nada, é importante pensar: como eu estou estimulando meu organismo a se desenvolver? O lazer é parte disso, mas não pode ser o todo. Uma vez que você tem a consciência, pode começar a encontrar o que funciona para você. Não tem fórmula muito pronta. Cuide do sono, independente do horário é mais importante cumprir as horas que você necessita e com qualidade. Se alimentar bem, treinar o corpo através da atividade corporal, treinar mente e intuição através da meditação e treinar inteligência emocional através das relações humanas. O exercício, por exemplo,  vai da técnica corporal, à meditação e passando por isso o comportamento. Meditação e respiração vem muito a calhar nesse momento. Eu acho essencial treinar meditação nesse período, para manter a estabilidade de consciência, fazer com que a própria prática ajude nesse processo de interpretação de tudo que está acontecendo. A meditação estimula lucidez, e se nós estimulamos diariamente essa lucidez, conseguimos interpretar tudo com menos agitação ou sem euforia. Fazer treinamento respiratórios em casa também é importantíssimo, porque cumpre duas funções importantes: dá uma otimização biológica e ao mesmo tempo você tem um aumento de vitalidade através do exercício respiratório, um aumento de energia do corpo. Por isso que ele é tão usado em filosofias antigas, pois fortalece a qualidade de vida, mas também cuida da saúde indiretamente - e isso vem antes de qualquer coisa.

Como lidar com as relações em períodos de ausência física? As pessoas precisam assumir a responsabilidade pelas boas relações humanas, porque você está em casa e vai passar a maior parte do tempo por lá. Se você mora sozinha, é hora de se criar muitas conexões e alimentar um senso de pertencimento a grupos de amigos, com pessoas que te influenciam positivamente, claro. Se conectar com pessoas que estão tóxicas, vai alimentar o pânico e a euforia. Aos que não moram sozinhos, precisam reeducar suas boas maneiras para se estar dentro de uma casa com uma, duas, várias pessoas e que tipo de tamanho e espaço, porque começa a ocorrer uma crise de espaço vital. Se não assumirmos as boas relações humanas, a gente começa a incomodar e se incomodar com o outro, criando uma atmosfera negativa. Se cada uma assumir pra si a responsabilidade de manter a família em harmonia, as coisas vão dar muito certo. Porque senão vamos passar esse segundo estágio, dos conflitos internos do lar. Estudar e treinar a sua inteligência emocional e educação comportamental pode ajudar e muito. 

Como o estresse do mundo pode nos afetar enquanto seres individuais?    Uma das primeiras coisas que nos afeta é na nossa linguagem. Precisamos prestar atenção e termos o uso de uma linguagem mais responsável, em que você possa comunicar os fatos como eles devem ser comunicados sem criar desespero. Isso inclusive reflete no que e como as pessoas conversam com elas mesmos dentro do seu interior e sua vida cerebral. Isso começa a se instaurar no indivíduo e pode acabar causando derivações comportamentais que impõe ao seu psiquismo um estresse e uma antecipação de fatos. A ansiedade nada mais é do que um excesso de futuro, você anula todo o seu presente. Uma situação como essa predispõe as pessoas a pensar muito negativamente sobre tudo. 

Em momentos críticos, mais vale treinar a mente ou o corpo físico? Eles trabalham em conjunto, naturalmente. A indicação é sempre buscar uma ferramenta sistêmica que trabalhe em conjunto diferentes pilares, como o que eu pratico (Método De Rose). Há modelos de yoga que acabam trabalhando só a prática física, ou a física aliada a respiração, mas esquecem a meditação. Você precisa se ater ao bom funcionamento biológico, do corpo físico a intuição, mas também trabalha as relações humanas e comportamentais. Treinar só fisicamente, mas viver em casa dentro de um estresse e não gerenciar os pensamento sobre o que está acontecendo agora, estraga o organismo, da mesma maneira que treinar só meditação e ser sedentário, também não é o ideal ao corpo. 

Como lidar com a ansiedade de estar somente em casa? É necessário principalmente desenvolver um senso de propósito por estar em casa. Torne o seu lar algo incrível nesse momento. Cuidar mesmo, assumir o propósito de tornar a casa um ambiente muito feliz, não importa qual seja o modelo dela, que você torne esse local um refúgio. Viver em um ambiente onde você está trabalhando para construir felicidade dentro dele, supera todas as outras coisas. Qualquer um dos outros pilares podem ser derrubados por uma simples desarmonia no ambiente. Ressignifique esse estar ali presente, ele vai dar esse senso de propósito de felicidade. 

O que sobrará de tudo isso ao final? Muitas pessoas vão repensar os seus estilos de vida após esse período em casa. Elas vão pensar inclusive que podem ser mais produtivas com menos agitação, através do home office ou do ócio criativo passado as dores que todas as pessoas possam ter por perdas, sejam econômicas ou de outra natureza. Olhando do angular maior de sociedade, é algo que nos empurra para uma evolução social. E talvez nesse impulso a gente descubra que a vida pode ser produtiva com mais bem-estar, se permitir ter tempos livre. E mais uma vez, isso é equilibrar pilares, se a pessoa se viciar em não fazer nada, pode gerar futuramente um estilo de vida não muito bom. Cada um tem que encontrar o seu equilíbrio entre produtividade e bem-estar.

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#PlenaeApresenta: Sandra Chemin e a arquitetura da vida

Depois de uma mudança de rota inesperada em sua vida, a empreendedora entendeu qual era o seu norte e quer passar o aprendizado adiante.

20 de Setembro de 2021



Você leva a vida que gostaria de levar? Representante do pilar Mente na sexta temporada do Podcast Plenae, Sandra Chemin já ocupou cadeiras prestigiadas e desejadas por muitos, e teve a coragem de abdicá-las para seguir sua intuição. Movida pela inovação, criou um império antes dos 30 anos por estar atenta às tendências do mundo ao seu redor. 


Mas uma gravidez não-planejada e uma doença mal diagnosticada, que ameaçava a vida do pai de sua filha, chacoalhou as suas verdades e a fez rever a vida que levava. Apelidada de “Ensandrecida”, ela, sempre acelerada, decidiu botar o pé no freio e se reconectar com o sonho de Lucas, seu então namorado, e a sua própria infância.


Foi quando se lançou ao mar europeu, deixando casa, carro e carreira, em um plano de velejar por 3 meses, que se estendeu por mais 3 e, ao final, somou-se 2 anos. Sandra aprendeu a ser mãe, cuidar da casa e saber improvisar - tudo em alto mar. Quando engravidou novamente, voltou para o Brasil e se instalou em Paraty, ainda com o objetivo de levar uma rotina mais improvisada.


“A vivência no barco e em Paraty me ensinavam a navegar nas transformações. E essa é uma das maiores habilidades que todo mundo precisa ter hoje, porque a gente nunca mais vai parar de se transformar”, conta. Na praia carioca, Sandra fundou junto da comunidade, uma escola Waldorf, que existe até hoje. A experiência lhe trouxe uma nova concepção de liderança, dessa vez, mais compartilhada. 


“Quando eu saí da Ogilvy, achei que faria um sabático e que voltaria ao mesmo ritmo. Depois eu achei que estava em uma transição de carreira. Com a ajuda da terapia e do meu processo de autoconhecimento, eu entendi que, na verdade, eu estava o tempo todo me transformando”, relata.


Mas para onde ir após isso? Ela sabia que não queria mais voltar ao que era antes, e por isso, recusou uma vaga de prestígio no Google. Mas entendeu também que o trabalho era uma parte importante de si, que já começava a lhe fazer falta. Pesquisando sobre cursos, encontrou um que se conectava com quase tudo em sua vida: Design Your Life, “desenhe sua vida”.


“Ele foi feito por duas pessoas que tinham uma história muito parecida com a minha. Dois pioneiros da internet estavam aplicando a mentalidade do design para desenhar vidas. Não é coincidência que o meu primeiro negócio tenha sido um estúdio de design”, diz.


Quando compreendeu que seu processo de crescimento envolveu estar o tempo inteiro se renovando e testando na prática suas suspeitas, entendeu que sua missão era ajudar pessoas a encontrar significado no que elas fazem, na forma como elas vivem e na maneira como atuam no mundo. 


“Eu aprendi que primeiro eu escolho a vida que eu quero levar, depois desenho um trabalho que se ajuste ao modelo que eu desejo. A gente costuma fazer o oposto: escolhe o trabalho e depois tenta encaixar a vida ao redor dele. Mas, nessa ordem, a gente muitas vezes deixa de vivenciar experiências que gostaria por falta de tempo ou de condições. Eu aprendi que, se existe coerência entre quem eu sou, o que eu acredito e o que eu faço eu sou feliz. Se não existe coerência, eu não sou feliz. É simples assim”, conclui.


Viver é um rasgar-se e remendar-se, como disse Guimarães Rosa. Inspire-se no rasgar-se e remendar-se de Sandra Chemin, disponível na sexta temporada do Podcast Plenae, na sua plataforma de streaming de preferência. Aperte o play e inspire-se!

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