Entrevista com
Fundador da Maturi
13 de Abril de 2020
Como lidar com a pressão do mercado de trabalho em idades mais avançadas? A resposta pode estar em si mesmo: reinvente-se. É o que acredita Mórris Litvak, fundador da Maturi, ex-Maturijobs, uma plataforma de recolocação profissional para adultos 50+. Confira a entrevista.
Como surgiu a Maturi? A empresa surgiu em 2015 com o nome de Maturijobs. Seu principal propósito era ser uma plataforma de recolocação para pessoas da terceira idade. Minha gatilho inspiracional foi a minha avó, que trabalhou até os 82 anos. Quando ela parou de trabalhar, assistimos sua saúde indo ladeira abaixo. Eu já me interessava pelo assunto, já tinha feito trabalho voluntário com esse público, mas nunca trabalhado com isso. Então a partir desse evento comecei a pesquisar as oportunidades desse mercado, como engenheiro de software, que é a minha formação.
Isso aconteceu quando? Lá para 2014 eu comecei a perceber que o Brasil estava envelhecendo e existiam poucas iniciativas para lidar com isso. Em 2015, quando estourou a crise econômica no país, muita gente começou a ser mandada embora, e as pessoas mais velhas foram as primeiras a sofrer esse impacto. Então sai do meu emprego e fui pesquisar e confirmei o que já sabia: havia um preconceito muito forte no mercado de trabalho com os maduros. Vi aí uma oportunidade de negócio, ninguém estava olhando para isso. Mais do que lucrar, vi uma oportunidade também de gerar impacto social, já que esse ageismo fazia muita gente sofrer. A gente logo percebeu que tinha uma demanda muito grande de pessoas buscando por isso. E em um espaço onde ela não se sentisse, em função da idade, menos importante, com menos oportunidade do que os outros, principalmente, para que não houvesse preconceito.
Quais são os principais desafios desse mercado? Lançamos a plataforma em 2016, mas tem sido um grande desafio fazer as empresas abraçarem essa causa, e para funcionar, é preciso que elas também se interessem pela questão da diversidade da idade já que não existe cota e até agora nenhum tipo de incentivo pra isso. Para isso, começamos a oferecer para as empresas primeiro de forma gratuita. Hoje já temos vários serviços diferentes, como capacitação dentro dessas empresas, análise de perfil, integração intergeracional para que a empresa esteja mais preparada a receber o profissional com mais de 50 anos.Em paralelo a isso, começamos a fazer muita capacitação para esse maduro que está fora do mercado, para que ele conseguisse se formar e se virar sozinho, já que o número de vagas é pequeno. São poucas empresas que contratam de forma recorrente. Então a gente leva conteúdo de autoconhecimento, tecnologia, como ser autônomo, empreendedor e freelancer, workshops online e presenciais, eventos em várias cidades e muito conteúdo.
Quais são os próximos passos? Lançamos no final do ano passado a Maturi Services, uma plataforma market place onde o maduro pode oferecer seus serviços como freelancer. E agora a gente vai lançar a Maturi Academy, onde vamos trazer bastante conteúdo seja pra quem tá buscando emprego, quer empreender e se sente perdido, ou está no mercado de trabalho mas precisa se atualizar, ou pra quem se prepara para se aposentar. Mudamos o nome da empresa para Maturi justamente para dissociar a ideia de ser somente jobs.
Na sua trajetória, como você enxerga o tema mudança de carreira e os maduros? Hoje já se sabe que são mais do que 2 ou 3 carreiras que uma mesma pessoa vai ter durante a vida. Isso ocorre não só pelo fator longevidade, mas também por todas as mudanças que o mercado de trabalho vem sofrendo e vai sofrer cada vez mais e mais rápido. Vai ser uma coisa muito comum mudar de carreira e, para quem está nessa faixa de 50 e 60 anos, muitas vezes é o único caminho, porque o que ela fazia já não se faz mais da mesma forma, ou já foi até automatizado. Nesses casos, ou ela aprende a técnica nova ou não tem mais como trabalhar com aquilo. E além disso, existem outras 2 questões: às vezes a pessoa não consegue mais se manter no mundo corporativo, muito em função da idade, por mais atualizada que ela esteja. Daí elas buscam empreender, e para empreender, ela vai ter que buscar outra área, que faça mais sentido pra vida dela hoje. Essa é a segunda questão: o profissional sênior já vivencia uma fase diferente da vida, onde ele pesa o que faz sentido para sua vida, qual legado ele irá deixar, e não só o retorno financeiro que irá trazer.
É aí que entram os sonhos e hobbys, que se tornam novas profissões . As pessoas estão buscando se atualizar para isso, ou buscando ambientações, e vendo que tornando essa possibilidade viável, um leque enorme de oportunidades se abrem. Ela vê sua experiência sendo aplicada de outra forma, em outro segmento. Hoje você tem a economia compartilhada com aplicativos e sites diversos, onde você pode começar a oferecer e se aquilo é viável e te dá prazer.
Quais são as carreiras mais comuns nessa mudança de carreira? Muitos querem usar a própria experiência para trabalhar como consultor, mentor, assistente virtual, coisas que podem ser feitas de uma forma mais flexível, e atendem diferentes segmentos e públicos. Mesmo as que dizem respeito a hobbies, como artesanatos, demandam uma capacitação em marketing ou em mídias digitais, por exemplo, para que essa pessoa consiga vender esse produto depois. As mudanças de carreira mais “drásticas” são mais raras, mas também existem, como um ex-engenheiro que decide virar pintor. Mas mesmo ele precisa de algum tipo de mentoria além do que seu talento já traz.
Na oitava temporada do Podcast Plenae, nos emocionaremos com a força do amor paterno de Henrique Fogaça, representando o pilar Relações
30 de Maio de 2022
Qual é o verdadeiro segredo do sucesso? Como unir paixão, diversão, propósito, excelência e trabalho em um só lugar? Apesar de ser um chef renomado, Henrique Fogaça não possui essa receita para compartilhar. Mas em seu episódio para a oitava temporada do Podcast Plenae - Histórias para Refletir, ele irá compartilhar muito mais: os seus primeiros passos na cozinha, o início do seu sucesso e sua paternidade.
Em uma vida de trabalhar em banco e estudar Comércio Exterior, é comum alimentar-se mal, ou ao menos, de comida congelada. Foi esse o start que despertou em Fogaça a vontade de ir para o fogão: a busca por uma comida mais saborosa no seu dia a dia. Com ajuda à distância de suas avós, é claro.
“Como eu não sabia nem fritar ovo, eu telefonava pra minha avó Liliza pedindo socorro. A primeira receita que ela me ensinou foi a de um bife empanado. Não saiu perfeito igual o dela, mas ficou bom. Depois, aprendi o bê-a-bá: arroz e feijão com um temperinho caseiro gostoso”, diz ele.
O que era uma necessidade tornou-se um hobby, uma distração. Curso de comida japonesa, petiscos nas festas de conhecidos, trabalho em um food truck: o início de sua carreira não teve nada em especial, não fosse o amor e a vontade de chegar longe. Foi quando a oportunidade de abrir seu primeiro estabelecimento - um pequeno café - surgiu, e sua vida mudou.
Fogaça, que já vinha abandonando sua antiga vida e carreira, abandonou de vez e começou a alçar o sucesso. E esse sucesso veio também em sua vida pessoal: ele se casou e teve sua primeira filha, a Olívia. Diferente do começo de sua carreira, o começo da vida de Olívia já de cara apresentou-se especial, diferenciado.
“Durante os dois ou três primeiros anos de vida dela, a gente procurou médicos geneticistas e hospitais tentando saber o que ela tinha. Ela passou por um monte de exames, mas ninguém dava um diagnóstico. A Olívia não andava, não falava e tinha que comer por sonda. É no mínimo curioso que eu, uma pessoa que trabalha para alimentar os outros, não pudesse alimentar a minha própria filha.”
Ela já aparentava ser um bebê frágil, condição que não mudou com o passar do tempo. Idas e vindas do médico e, 15 anos depois, até hoje ele não possui um diagnóstico completo da síndrome que acomete sua primogênita. Mas uma coisa já conseguiu: proporcionar uma melhora e um conforto na vida de Olívia graças ao uso de CDB, o canabidiol.
“Os primeiros resultados foram uma tranquilidade e um sorriso no rosto da Olívia. As convulsões que ela tinha diminuíram bastante. Esses pontos foram os primordiais do tratamento. O CBD atrelado com a dieta cetogênica só trouxe alegria pra gente. Quem tem preconceito contra o canabidiol é porque não tem informação. Eu só ouço elogios e perguntas de familiares de pessoas que também têm síndromes e acompanham a evolução da Olívia”, conta.
Hoje, apesar de ainda se alimentar por sonda, ela já consegue experimentar papinhas. Ela também esboça sorrisos, leveza no olhar e seus primeiros passos fora da cadeira de rodas. E o futuro, misterioso como é, reserva certamente muitas melhorias e evoluções na vida dessa família, que nunca desistiu de ser feliz.
Mergulhe nesse relato representando o pilar Relações, na oitava temporada do Podcast Plenae. Coloque seus fones de ouvido e entregue-se à essa história de superação e, principalmente, muito amor. Aperte o play e inspire-se!
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