Entrevista com

Thiago Godoy

Head de educação financeira da Xp Inc

Para você, o que é a prosperidade?

Entrevistamos Thiago Godoy, head de educação financeira da Xp Inc, para entender melhor a relação entre prosperidade, propósito e a cultura de investimento do país.

13 de Outubro de 2021



Está para começar o curso "Os 7 segredos da prosperidade", uma parceria entre a XPEED (Escola de Educação Financeira da XP Investimentos) e o Plenae. Inspirados pelo tema e pelo lançamento, trouxemos um Plenae Entrevista especial, feito com Thiago Godoy, um dos professores do curso. Ele, que é mestre em educação financeira pela FGV, especialista em comportamento financeiro e psicologia do dinheiro e hoje head de educação financeira da XP Inc, acredita que prosperidade é muito mais do que sucesso financeiro, mas sim, um conjunto de fatores na vida de uma pessoa. Confira o resultado a seguir!


Como você enxerga a cultura da educação financeira aqui no Brasil? 

Há questões culturais que são muito fortes e fazem a gente tratar o dinheiro como tabu. O Brasil ainda enfrentou alguns agravantes específicos e o principal deles é o histórico de hiperinflação desde os anos 70, que foi mais grave no final dos anos 80 e início dos anos 90. Ele é recente na memória das pessoas e adultos e faz com que as pessoas tenham medo de lidar com os investimentos e as questões financeiras, principalmente quando falamos de longo prazo. Isso é uma questão comportamental, aliás: nós também não temos uma cultura de planejamento. Nosso mercado financeiro ainda é imaturo, está crescendo, mas o percentual de adultos na bolsa de valores é bem pequena comparada a outros países. 


E o que fazer para mudar esse cenário?

Educação é a palavra chave. A gente passa a vida inteira na escola seguindo uma fórmula de estudar, tirar melhores notas, ter uma carreira de sucesso e ganhar mais dinheiro. Mas pouco se fala sobre o que faremos com esse dinheiro adquirido. Junto a isso, temos um processo chamado de socialização econômica que é individual, e acontece desde o início da nossa vida, desde a infância, e é muito forte, principalmente nos 7 primeiros anos de vida. É nesse período que desenvolvemos as nossas crenças financeiras com base no que vimos e fomos expostos, é um processo inconsciente. Se nossos pais brigavam por dinheiro, se eles eram financeiramente controlados, se a infância foi com abundância ou não, se o assunto era falado ou velado: tudo isso vai contar. E esse âmbito individual interfere no âmbito coletivo. Hoje temos 70 milhões de endividados no país e uma renda muito baixa, mas essa questão comportamental de mau uso do dinheiro é também importante, pois muitos gastam mais do que ganham. No Brasil, temos 66% dos adultos considerados analfabetos financeiros, que não entendem o mínimo dos conceitos básicos da área que podem nos fazer tomar decisões melhores ou não. É preciso ensinar, tanto ao jovem, quanto ao adulto também, para que ele possa ressignificar essa relação.. 


Para você, o que é prosperidade? 

É muito mais do que uma questão financeira, ela é uma mentalidade e está diretamente ligada à abundância, é algo que conseguimos criar. E essa criação vem de uma forma de pensar e, principalmente, de agir. Vai muito além de recurso material, está mais dentro do âmbito espiritual, de uma questão de transbordar o que há de melhor na vida. E é claro que isso fica muito filosófico e pouco prático, mas ela é de fato uma forma de como você vai encarar a sua vida e seus recursos.. O Recurso é tudo que você tem disponível: a sua saúde, mente, corpo, suas horas de sono, relacionamentos, sua energia e dedicação, tudo que você coloca intenção e conexão, seu acesso à água, luz, comida. A pessoa pode ter muito dinheiro, mas não consegue ter tempo para estar com a família, vive em desequilíbrio. Quando você caminha para o processo de entender onde é preciso corrigir a rota, você começará a criar prosperidade. 


Você acredita que a espiritualidade entra nisso também?

Há muita coisa que a gente não explica. Vivemos em uma sociedade que saiu de um modelo ancestral de ampla conexão com o sagrado e o desconhecido e que depois, com o Iluminismo, acabou se conectando mais com a ciência e todo o pensamento cartesiano. Isso trouxe um olhar muito técnico e objetivo para a nossa sociedade, e nos fez esquecer que a maior parte das coisas que existem no mundo fogem da nossa compreensão. O mundo comprovado é muito pequeno perto do mundo de fato, e tudo que nele habita é visto como pseudociência, de forma mística e preconceituosa. A prosperidade é uma dessas muitas coisas que a gente não consegue entender. Ela é construída, mas está muito no campo do comportamento, da atitude. É próspero você ter comportamentos prósperos. 


Propósito e dinheiro são temas que podem se misturar?

Podem e devem se misturar. Os japoneses têm um conceito muito interessante chamado IKIGAI. E é bem nessa linha: a vida tem que ter um porquê. Não existe abundância, prosperidade, se não há generosidade, entrega, divisão. Ou seja, quanto mais profundo você resolver um problema das pessoas, tocar elas, mais prosperidade você vai ter. Isso se conecta com a abundância e tudo que falamos. O seu propósito tem que estar dentro de algo tangível, não só com o que você busca como pessoa, mas também em algo que o mundo precisa. Nesse sentido, o dinheiro faz parte do processo. A gente tem que ter consciência de que o dinheiro é importante, até para lidarmos melhor com o tema e honrar nossos recursos. Você não cuida da sua saúde, das suas relações? É a mesma coisa. 


Que dicas dar para alguém que está querendo ter uma melhor relação com o seu dinheiro e pensando em poupar? 

O primeiro passo é olhar com carinho para esse tema, com abertura, porque de fato no início vai ser um pouco mais difícil. Mas com um pouco de tempo e educação, a pessoa já vai conseguir ter uma boa melhoria sobre como ela vai trabalhar a sua saúde financeira. E aí, de forma prática, é realmente olhar para sua situação atual: se você está endividado, para onde está indo o seu dinheiro, se tem um plano para o futuro, quais são seus sonhos e objetivos. E então, criar o hábito de reservar uma parte do que receber por mês para investir no futuro. 


Como fazer esse tema alcançar o maior número de pessoas, em um país tão desigual como o nosso?

Você não vai enriquecer com a educação financeira, mas vai ter mais qualidade de vida. O desafio é acessar pessoas que estão muito às margens da sociedade. Ter um trabalho que envolva política pública mesmo. A linguagem é outro ponto: como você chega nessa pessoa e qual é a linguagem certa para essa conexão? A forma como você leva é que faz a diferença.  A representatividade é muito importante também, ter pessoas semelhantes falando para elas. Programas na escola onde o jovem está, centro de referências públicas e pessoas na internet que falam de igual para igual são caminhos ideais para ir disseminando esse tema.


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Parada obrigatória

Amizade, calmaria, propósito e dicas

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29 de Julho de 2021


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Neste mês que passou, batemos recordes de frio Brasil afora. Se o termômetro marcou temperaturas baixíssimas e vimos até mesmo neve em solo brasileiro, aqui no Plenae, tratamos de manter o ambiente aquecido e amável para te recepcionar sempre com o melhor que podemos oferecer.

Nossa quinta temporada do Podcast Plenae começou a se despedir, e conhecemos no penúltimo episódio o trabalho importante e acolhedor do chef David Hertz. Depois de alguns “chamados da vida”, como o próprio define, ele entendeu que sua missão de vida seria fazer da gastronomia uma ponte de mudança para o outro.

Ele não é o único a buscar, por meio de sua carreira, uma verdadeira revolução social. O chamado “setor dois e meio”, que visita o meio do caminho entre o setor privado e as ONGs, é composto por pessoas como David, que sabem da importância de seus papéis como cidadãos e querem se sustentar e crescer na vida promovendo o bem e devolvendo para a sociedade. Contamos mais sobre o assunto aqui nesta matéria.

 
Encerramos a temporada com a participação mais do que especial da atriz e apresentadora Fernanda Lima. Ela, que conheceu o glamour do mundo da fama ainda bem jovem, precisou perder-se para se encontrar onde menos esperava ou sequer conhecia: o Yoga. Hoje, é no seu tapetinho onde ela se sente mais conectada consigo mesma.

Apesar de falar bastante sobre a prática em suas redes, o que poucas pessoas sabem é como foi a sua primeira experiência com o exercício. Foi buscando fugir de um carnaval e das milhares de opções de entretenimento desse período que ela aceitou o convite de uma amiga para o que seria seu primeiro grande mergulho interno. 

Essa busca por um entretenimento mais calmo, que foge à regra do lazer sempre ativo e tumultuado, é uma tendência que já vinha crescendo e se intensificou ainda mais na pandemia. Somos bombardeados com uma quantidade altíssima de informação, nem sempre positivas. Para contrabalancear, muitos vêm aderindo ao “calm-tainment”, ou “entretenimento calmo”, que contamos melhor nesta matéria. 

 

E se o isolamento social nos fez espectadores de programas mais leves, ele também nos deixou outra marca: o afastamento de alguns amigos e o fortalecimento de outros. Para celebrar o Dia do Amigo aqui no Brasil, falamos um pouco sobre o tema amizade, seus benefícios para nosso corpo e suas limitações quando o assunto é quantidade. 

Se você se lembra da nossa matéria sobre o que é FOMO e JOMO, prepare-se para aprender o significado de novas siglas: FOGO, FONO e FODA. #Spoiler: elas também são tendências acentuadas pela pandemia, como tudo que estamos vivendo nos últimos tempos. 

Trouxemos dicas para te incentivar a estreitar os laços com uma velha conhecida dos frequentadores de academia: a bola suíça. Conhecida como “bola de pilates”, explicamos nesta matéria a história do seu surgimento, quais são suas utilidades para diferentes perfis de pessoas e como escolher a sua! 

E ainda em dicas: como ajudar seus filhos na socialização que esse retorno escolar irá exigir? Você confere aqui dicas da mestre em psicologia positiva, Adriana Drulla. 

Por fim, iniciamos e concluímos mais um Plenae (a)prova, que neste mês, se propôs a testar um método bastante nobre: sermos mais gratos. Com ajuda do livro “O milagre da gratidão”, de Márcia Luz, e representando pilar Espírito, colocamos em prática pequenos passos na nossa rotina que prometiam nos fazer mais felizes. Quer saber se deu certo? Descubra no nosso diário de bordo clicando aqui!

Nos despedimos por aqui, mas somente desta newsletter. Os nossos conteúdos continuam toda semana, seja no Plenae.com ou também no nosso Instagram, @portalplenae. Esperamos encontrar por lá você, que busca sempre trazer ainda mais qualidade e equilíbrio para sua vida. Até breve!


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