#PlenaeApresenta: Daniela Mercury e o encontro com o amor

A cantora conta a história de como encontrou o amor sem estar procurando por ele - e como sua vida virou do avesso depois desse encontro.

6 de Setembro de 2021



Até onde você iria por amor? A cantora que canta e encanta o Brasil há décadas, Daniela Mercury, não poderia representar melhor o pilar Relações na sexta temporada do Podcast Plenae. Casada há 8 anos com Malu, a precursora do axé no país teve que se despir dos medos para poder enfim assumir a sua linda história de amor.


Começou de maneira espontânea, em um almoço quando sentaram-se ao lado e dividiram suas angústias sem sequer se conhecer. Daniela se encantou com a sensibilidade de Malu, que conseguia enxergar a cantora não só como artista, isenta de imperfeições, mas como um ser humano que possui suas inseguranças e dúvidas. “É difícil saber em que momento nasce a paixão. O que eu sei é que, daquele dia em diante, o rosto e as palavras de Malu nunca mais saíram da minha cabeça”, conta. 


“Normalmente as pessoas não se preocupam com os artistas. Olham pra gente, como se a nossa vida fosse perfeita, sem problemas, o que obviamente não é verdade”. Aquilo lhe tocou tanto que, mesmo sem encontrar com Malu por muito tempo, Daniela seguiu pensando nela sem entender o porquê.


Até que um dia decidiu mandar mensagem e começar a se aproximar. De bate-papos banais, passaram a se aprofundar até que Daniela arriscou e mandou um poema e depois outro e, enfim, pôde perceber que esse sentimento tão novo que lhe aflorava era correspondido. 


“Paixão é um sentimento agudo e fascinante. Quando acontece, incendeia a gente por dentro, é um rebuliço, um tumulto. A paixão é deliciosamente perigosa. Sem ela a vida fica chata e burocrática. Eu sou inconsequente. Quando a paixão vem, eu me jogo”.


E se jogou. As duas começaram a escrever sua linda história de amor e, em viagem a Paris, trocaram alianças. Em seguida, depois de refletirem por toda uma noite como seria esse anúncio para o mundo, decidiram postar no Instagram sobre o relacionamento e esperar a repercussão que, como já era de se esperar, veio com força.


“Eu nunca gostei de falar sobre minha vida pessoal, prefiro dar entrevistas sobre o meu trabalho. Mas não dava pra esconder. Além do mais, anunciar o nosso casamento não era só comunicar o amor entre duas pessoas. Era um ato contra o preconceito. Quando anunciei que estava apaixonada por Malu, o tema das relações homoafetivas entrou nas casas das pessoas. Foi uma vitória enorme para nós e pra causa LGBTQIA+”, relembra a cantora.


A partir daí, Daniela que já tinha um forte apoio de sua família, passou a contar com o apoio do seu público, que abraçou a causa. Mesmo já estando envolvida há muitos anos com questões sociais, ela conheceu de perto o quanto a homofobia pode machucar alguém, e passou a lutar pela causa ainda mais.


“O preconceito é cruel, rouba oportunidades de trabalho e de sucesso profissional e pessoal e destrói vidas. E é ainda mais impiedoso com as crianças e adolescentes, vários são expulsos de casa e ficam em situação de rua, perdendo totalmente o contato com suas famílias. Nesses 9 anos de dedicação mais profunda à causa LGBTQIA+, eu compreendi melhor como a invisibilidade social e o discurso de ódio desumanizam os grupos minoritários”.


Você conhece um pouco mais sobre essa linda história de amor, coragem e militância na sexta temporada do Podcast Plenae, disponível no seu streaming de preferência. Aperte o play e inspire-se! 

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Entrevista com

Camilla Viana

Psicóloga e mestra em orientação e mediação familiar

Como falar de saúde mental para as novas gerações?

18 de Janeiro de 2021



Saúde mental não é um tema novo - seja para a sociedade, seja aqui no Plenae. Muito se fala sobre o assunto, e é possível perceber alguns avanços, mas ainda há um longo caminho a se trilhar. Isso porque o tema ainda é rodeado de estigmas, tabus e até uma falta de autopercepção genuína por parte dos indivíduos.

Em 2014, criou-se a campanha Janeiro Branco aqui no Brasil, com o intuito de aproveitar as festas do início de ano para trazer à luz a temática. Pensando em tudo isso, entrevistamos a psicóloga e mestra em orientação e mediação familiar, Camilla Viana Gonçalves Pereira, para debater sobre essa questão tão importante e cada dia mais atual. Confira!

Muito se ouve falar em saúde mental. Pela sua percepção, o quanto avançamos no assunto?

A psicologia sofreu um grande preconceito ao longo dos anos, sendo tida como “coisa de louco” etc. Mas acredito que esse ano de 2020, especificamente, conseguimos falar da saúde mental de uma forma muito mais aberta e próxima. A OMS quando fala da saúde mental, coloca que o tema trata-se de um bem-estar físico e social, vai muito além de uma ausência de doença. Com o isolamento, conseguimos perceber que a saúde mental vai muito além de somente uma doença, visto que todo mundo foi afetado de alguma forma. Então a percepção sobre tudo aumentou, o que a gente consome no mundo das redes, no mundo externo. Conseguimos romper com bastante preconceito em relação a profissionais da saúde mental, explorando essas ferramentas de cuidado. Mas é importante frisar que o preconceito em torno da clínica ainda está sendo rompido, é preciso explorar mesmo outras plataformas, ir pra televisão, ocupar canais de entretenimento. Além disso, ela ainda é muito restrita a determinados recortes socioeconômicos, a clínica ainda é muito elitista e bastante restrita. Mas a gente vem rompendo com isso, com vários movimentos de trabalho social, muitas ONGs oferecendo tratamento psicológico gratuito ou preço social, ainda é tudo mais recente.

Estamos mais doentes ou estamos somente falando mais sobre isso?

Responder isso pode ser irresponsável, pois pode ser um julgamento da minha parte. Mas vejo que é um pouco dos dois. Estamos mesmo falando mais disso, dos anos 70 pra cá já começou a se falar. E também tem a questão das redes sociais, a disformia com o uso dos filtros, o burnout, eu vejo que são questões que contribuem para as questões de ordem emocional, ou pelo menos evidenciam-nas. Mas isso não quer dizer que as pessoas já não sofriam por solidão, falta de pertencimento, isso sempre existiu, mas não se podia falar.

Em relação às novas gerações: como criar conteúdo a respeito, baseado na sua experiência? Qual tem sido o retorno?

As pessoas estão muito mais abertas a receber esse tipo de conteúdo, elas sentem que precisam, procuram. De uns anos pra cá, essa noção de saúde mental como loucura tem se rompido muito bem, muito positivamente. Mas, minha percepção nas redes sociais, é que as pessoas gostam de entender qual é o padrão delas, não tanto sobre o tema em geral, mas sim, buscar uma identificação com seus próprios problemas. Elas querem uma solução para romper com o que um dia foi geracional, com o que ela herdou de sua família ou de sua criança interior, melhorar seus relacionamentos, sempre no âmbito do individual. Recebo muito feedback positivo por apresentar a vida real, sem filtro, sendo o que eu sou. As pessoas são carentes de receber essa identificação. Ela chega onde a psicologia paga não pode chegar.

Acredita que campanhas como Janeiro Branco e Setembro Amarelo sejam efetivas?

Tenho medo de fazer algum julgamento, novamente. O Janeiro Branco é um movimento brasileiro, foi criado recentemente (2014) e, desse tempo pra cá, acredito que conseguimos levar isso pro campo mais social, percebo uma grande efetividade. Muitas empresas, inclusive, fazem ações nesse mês, justamente para romper com essa bolha. E o motivo de ser feito em janeiro é porque estamos naquela frustração de não ter cumprido metas anteriores, estamos em momento de fazer novas metas, então ele é muito efetivo quando feito neste início do ano.

Em relação ao Setembro Amarelo, acho que todo movimento é válido e precisa ser feito com responsabilidade, informações adequadas e de forma que possa ser introduzido nas estruturas sociais, não só naquele mês específico. A causa dele é importantíssima, mas já vemos alguns dados não muito positivos, porque o fato de se falar em suicidio de uma forma tão abrangente, pode gerar gatilho em algumas pessoas.

Como buscar o equilíbrio nas pequenas coisas do cotidiano?

Eu vejo que o principal equilíbrio a ser estabelecido é balancear os momentos da vida online e a vida offline, principalmente estabelecendo um limite físico dentro de casa, para conseguir lidar com essa pressão de ser 100% produtivo, porque produtividade é também parar e não fazer nada. Na vida offline, buscar mais qualidade em suas relações com a família e amigos, ter uma alimentação saudável, praticar atividade física, boas noites de sono, buscar ajuda de profissionais - tudo isso que já sabemos. Já na vida online, a palavra é: atenção. O Instagram é a plataforma mais relevante hoje, mas é preciso estar atento às suas atividades por lá. Busque perfis de influência positiva, busque se informar sobre as consequências dos procedimentos estéticos - por conta do fenômeno da disformia que os filtros podem causar -, não busque ser aquela blogueira que é cheia de procedimento estético e ainda manipula fotos, porque isso mexe diretamente com a autoimagem de qualquer pessoa. Pratique o “unfollow terapêutico”: pare de seguir páginas que ferem a autoestima e autoimagem.

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