#PlenaeApresenta: Neire Lapa Claro e o valor da independência e do aprendizado

Às vésperas de completar 86 anos, a representante do Sudeste faz um balanço de sua própria longevidade e encara a independência como principal triunfo

10 de Outubro de 2020



Longevidade, para Neire Lapa Claro, não é exatamente um tema inédito. Não só por estar com 85, às vésperas de completar 86, mas porque chegar até mais longe foi conquista corriqueira de sua extensa - e muito amada - família. “Tenho uma prima que chegou aos 100 anos e outras que são primas octogenárias. Mesmo minha mãe também tinha 86 mas, não fosse o Alzheimer, tinha potencial de ir além. Minha tia já tem 102” conta Neire.

Nascida em Bica de Pedra - que hoje chama-se Itapuí - o pequeno município próximo à Jaú, no interior do Estado de São Paulo, possui uma singela população de pouco mais de 13 mil pessoas. Sob um espectro macro, Neire e sua longeva família se enquadram em um padrão que vem sendo observado no mundo e já encontra números expressivos na sua região.

No estado de São Paulo, 15,7% de seus habitantes têm mais de 60 anos e deve aumentar até 2034 , quando o número de idosos será idêntico ao número de jovens de até 15 anos. A região Sudeste, onde localiza-se o estado, conta com mais de 36 mil idosos. Ela, aliás, é a segunda região com mais maduros no país, o equivalente a 16%, e só perde para a região Sul.

Hoje, Neire reside na cidade litorânea de Santos, onde morou por anos com o seu falecido marido. Coincidência ou não, Santos é também a cidade com mais idosos no país, segundo um estudo da consultoria Macroplan. Tudo parece se conectar e soprar a favor para que ela alce voos ainda mais altos e longos.

Essa vontade de estar presente e continuar em movimento pode ser o segredo de tantos recordes reunidos em uma só família - ou, ao menos, o de Neire. Ela afirma que é preciso se manter “xereta” na vida e se adaptar para viver o melhor possível dentro de uma situação possível.

“Se você chega a uma certa idade e para, o mundo segue e você fica, os outros tem que te levar. Daí você não dá conta de enfrentar o resto que vem pela frente, e nunca se sabe o quanto vem. Por isso é preciso continuar aprendendo, desenvolvendo sua capacidade e ‘xeretando’” comenta.

Mas, ao longo da conversa, ficou perceptível que Neire não adotou essa postura de exploradora somente agora, na maturidade. Desde os tempos da juventude, sobretudo em sua trajetória profissional, a hoje matriarca de 4 filhos e 4 netos explorou todas as oportunidades que a vida lhe apresentou desde cedo.

“Estudei o curso normal para ser professora, que era esperado de todas as mulheres da minha época. Mas, quando tentei dar aula, percebi que nunca seria boa nisso. Então fiquei de olho em editais de concursos para serviços extras, mas eles exigiam competências que eu não tinha - como a datilografia, por exemplo” conta.

Mas Neire não parece do tipo que se intimida com os desafios que cruzam seu caminho. Esse, o primeiro de muitos, não lhe assustou. “Fiz o curso de datilografia e me inscrevi em diferentes lugares. Passei em 3 de uma vez só, mas optei por seguir no SENAI, onde trabalhei por 7 anos trabalhando com burocracia e aprendendo a muito. Até aprender a fazer concorrência para comprar material para serviços de obra eu aprendi. Cheguei no ponto alto onde as mulheres chegavam, dali pra frente era só homem” orgulha-se.

Para ela, ter nascido e crescido em Bica de Pedra influenciou positivamente principalmente no que concerne às relações familiares, que cultiva e valoriza até hoje. “Eu voltei muito pra lá, mesmo depois que saí e ainda volto. Então não deixei completamente a cidade, continuei tendo a influência dela e da família que morava lá, tínhamos laços muito estreitos. Pensando sobre isso, acho que a influência não é tanto do lugar, mas da família que ali residia. E eu me sinto muito bem quando visito, parece que nunca sai” diz.

Essa conexão tão íntima com os seus faz parte de quem Neire foi e é, e refletiu em muitas de suas características - como o desejo de formar a sua própria família, por exemplo. Mas, apesar desse apego, ela nunca deixou sua independência de lado. Independência, aliás, que desenvolveu com a vida e suas necessidades, e que valoriza muito até hoje.

“Eu aprendi que a gente tem que ser independente, pensar com a própria cabeça, porque se eu ficasse esperando encontrar com a minha mãe para resolver o problema, eu jamais teria conseguido. Meu marido viajava o tempo inteiro eu ficava sozinha, havia coisas que tinham que ser resolvidos na hora, e assim foi” conta. “Vivi 56 anos com ele, tive muita influência do modo dele de pensar, mas também tinha o meu. E o que passamos para nossos meus filhos foi exatamente o que queríamos passar, sem grandes interferências familiares”.

Para ela, tanto olhar para o passado quanto para o futuro se resumem em uma só palavra: aprendizado. “Para o meu eu de 30 anos atrás, eu diria ‘você ainda não aprendeu tudo, todo dia estamos aprendendo alguma coisa e você tem que estar aberta para isso’. E para os jovens que estão chegando, eu diria ‘você tem que aprender, analisar, deixar sempre para pensar um pouco porque na hora você está com aquilo quente na cabeça e não consegue ter um raciocínio certo’”.

Em um último balanço, Neire nos presenteia com um sorriso sereno e diz não se arrepender de nada. Com o seu habitual ar sábio, de quem é capaz de desvendar parte dos segredos do universo, ela revela esperar do futuro uma sociedade menos egoísta e individualista, e diz que nada pode valer mais do que o amor e a nossa própria consciência.

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Parada obrigatória

Um mês de mergulho para dentro de si!

O que foi falado no Plenae em novembro

30 de Novembro de 2021


Se tivéssemos que definir como foi o conteúdo de novembro aqui no Plenae, definiríamos exatamente como o título desta newsletter: um mergulho para dentro de si. Convidamos nosso leitor a parar, pensar e se aprofundar em suas questões mais íntimas, como quem começa a se despedir desse ano agridoce que já está indo embora.

Iniciamos o mês com o nosso último desafio Plenae (a)prova de 2021. Dessa vez, o livro colocado em prática foi dele, nosso criador: Abilio Diniz. “Novos caminhos, novas escolhas” fala, sobretudo, a respeito da fé do empresário. Nele, Abilio divide seu programa espiritual com os leitores, e foi justamente esse programa que testamos. 

E aprovamos, vale dizer! Já sabemos que trabalhar as suas crenças é benéfico para o corpo. Mas o que sentimos, nesse desafio, foi uma aproximação com Deus. É como se ele tivesse virado um amigo íntimo, da mesma forma que o próprio Abilio o descreve em suas palavras. Além disso, o sagrado se manifestou com mais frequência na rotina, o que comprova que é preciso estar atento para vê-lo.

Seguindo o caminho da atenção e, porque não, da espiritualidade, conversamos com a Maria Claudia Vilaboim Ponte, diretora regional da Weleda Latim América, uma empresa que se dedica há mais de 100 anos a trazer a natureza para dentro de suas casas. Em uma conversa leve e profunda ao mesmo tempo, ela discorreu sobre a importância da antroposofia, como aplicar seus conceitos em nosso dia a dia e trouxe um olhar necessário sobre o meio ambiente e nossa figura dentro dele. 

Outra reportagem que trouxemos foi sobre como melhorar a sua aprendizagem e, para isso, entrevistamos um especialista no assunto que não só indicou caminhos para melhorá-la, como explicou a diferença entre o aprender e o memorizar e discorreu um pouco sobre o tema na modernidade, onde somos bombardeados por telas e estímulos externos variados.

E é por causa de tantos estímulos que as pausas se fazem necessárias. Por isso mesmo, nos baseamos em um conteúdo do portal Thrive Global para ensinar nossos seguidores a fazer da meditação uma prática rotineira e diária. Afinal, é a frequência e a constância que irá torná-la eficaz.
Mas novembro também pode ser cravado como o mês das dicas! Retomamos conteúdos antigos e os transformamos em posts rápidos para serem consumidos no Instagram e colocados em prática logo em seguida. 

Começamos falando sobre o autoperdão: como você pode ser mais gentil consigo mesmo em poucos passos? No formato de dicas, trouxemos ainda sugestões de como melhorar o seu relacionamento - caso ele esteja em crise ou caso você só queira fortalecê-lo ainda mais. Também nos baseamos em uma matéria antiga do Plenae.

Por fim, ainda falando sobre Instagram, fizemos por lá um resumão sobre a COP 26 e seus resultados. O que foi decidido no maior encontro de chefes de estado com foco no meio ambiente? Também homenageamos figuras negras inspiradoras no Dia da Consciência Negra, escolhendo um nome para cada pilar. 

Finalizamos o mês com mais um "desmistificando conceitos” no nosso site. Dessa vez, investigamos o termo do momento: do que se trata o sharenting? #Spoiler: é sobre o alto compartilhamento de fotos dos seus próprios filhos. E o que pensam os especialistas sobre esse assunto? Você descobre lendo o artigo na íntegra.

Agora, entramos na etapa final do ano. Para isso, vamos falar sobre as pautas originais de dezembro, mas também relembraremos tudo de mais importante que falamos por aqui. Nos vemos em breve! 

Matérias que você não pode deixar de conferir

Como solidificar as suas relações - e porque isso é importante
O que é IKIGAI - e como ele pode te ajudar em seu propósito
Desmistificando conceitos: o que é doomscrolling?
A amizade em tempos de pandemia

Nossa frase do mês para você refletir

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