#PlenaeApresenta: quer ser feliz? O segredo é ser grato!

O Plenae Apresenta o Ted Talks de David Steindl-Rast, um monge e estudioso inter-religioso, que revela como a gratidão pode ser a chave para a felicidade.

6 de Janeiro de 2022



Pode-se dizer que gratidão é a palavra da década. Em uma pesquisa rápida feita na rede social Instagram, a busca pela hashtag #gratidão aponta mais de 30 milhões de usos - e contando, é claro. De tanto ser usada, houve até quem a criticasse: a chamada positividade tóxica, que te contamos aqui, é uma herança dessa epidemia de gratitude que pode ser “libertadora ou aprisionadora”, como definiu o portal UOL Viva Bem.  


Como tudo na vida, é preciso encontrar o equilíbrio em suas manifestações. O fato é que a gratidão esteve tão em evidência que há até mesmo um dia para celebrá-la nacionalmente: hoje, dia 6 de janeiro. No mundo, ela é celebrada dia 21 de setembro, e há ainda o Dia de Ação de Graças norte-americano, que possui uma proposta parecida e é celebrado ao final de novembro.


Aqui no Plenae, o tema também não é exatamente novo: já trouxemos pesquisas que comprovam a relação entre gratidão e qualidade de vida, a relação entre o sentimento de ser grato e o bom envelhecimento explicado pelo neurocientista Fabiano Moulin - que voltou posteriormente para uma participação no Plenae Drops e, por fim, dedicamos um Plenae (a)prova inteiro para praticarmos a metodologia do livro O Milagre da Gratidão.  


Gratidão X Felicidade


Seguindo a nossa proposta de celebrar o Janeiro Branco, campanha que tem como objetivo trazer o tema da saúde mental para a mesa, decidimos falar, novamente, sobre a gratidão. Mas o que ela tem a ver com as nossas mentes, afinal? Como ela pode ser benéfica para esse processo?


Segundo o monge e estudioso ecumênico David Steindl-Rast, tudo. Em sua participação para o Ted Talks, ele discorre sobre como ambas são indissociáveis e como o caminho para a tão sonhada felicidade é por meio das vias do agradecimento.


É certo que a forma como imaginamos a felicidade varia de indivíduo para indivíduo, mas essa busca é o que nos conecta, como explica ele. Todos queremos ser felizes, e se esse é o fator comum da humanidade, então você já sabe algo sobre alguém que acabou de conhecer assim, de cara. 


Para ele, é preciso que se inverta os caminhos. “Qual é a conexão entre felicidade e gratidão? Muitas pessoas diriam: ‘Bem, isso é muito fácil. Quando você está feliz, você está grato’. Mas pense de novo: será que são mesmo as pessoas felizes que são gratas? Todos nós conhecemos um bom número de pessoas que têm tudo para ser felizes, e não são, porque querem algo a mais ou mais do mesmo. E todos conhecemos pessoas que passam por várias adversidades, adversidades as quais nós não gostaríamos de passar, e são profundamente felizes. Irradiam felicidade. É surpreendente. E por que? Porque elas são gratas.” Com essa provocação, David explica então a inversão da lógica: não é a felicidade que traz a gratidão, e sim a gratidão que traz a felicidade. 


O que é a gratidão


Ainda segundo o monge, basta recorrer às nossas próprias experiências, pois todo mundo já vivenciou uma experiência de gratitude na vida. Ele ainda complementa que é preciso que haja dois elementos envolvidos: tem que ser algo valioso e um verdadeiro presente. Não é sobre algo que você comprou ou fez por merecer, não trabalhou para isso e nem ofereceu algo em troca: foi somente algo dado a você.


A gratidão, quando se torna experiência pontual, também perde sua potência. É preciso que ela contenha os dois elementos mencionados anteriormente e que seja frequente. “Viver em gratidão, é isso que importa”, define o estudioso. “E como podemos fazer isso? Nos dando conta de que cada momento vivenciado é um momento que nos foi dado. É um presente. Você não fez por merecer, Você não o produziu. E não há como ter certeza que haverá outro momento assim”. 


O momento presente, então, e a consciência dele e de suas oportunidades únicas - é isso que o fará ser grato diariamente. Ao não ter a certeza do amanhã e ao ter a certeza do presente que é o hoje, você se sentirá grato e feliz quase que instantaneamente. E, novamente, é preciso que essa certeza o acometa com frequência. 


Sem esse momento presente, não haveria nada, nenhuma chance de experimentar o que quer que seja. “Oportunidade é o presente dentro de todos os presentes”, pontua Steindl-Rast. “E nós temos um ditado”, continua, “‘a oportunidade só nos dá uma chance’”. 


E isso quer dizer então que temos de ser gratos por tudo? Certamente não. Não há como ser grato pela guerra, violência ou perdas pessoais. O segredo desses momentos é observá-los com o olhar clínico das oportunidades: o que é possível de ser aprendido aqui, nessa situação? Como posso lutar e manter o meu posicionamento? 


O método, por fim, para ser grato, não poderia ser mais simples: pare, olhe, siga. Perdemos oportunidades porque não paramos. “É preciso que vocês coloquem placas de ‘pare’ em suas vidas. No momento que lhes for oportuno, mas coloquem.” Naquela situação que te deixa grato sempre que vivenciada, mas que, por vezes, você pode passar reto. Uma vez que se parou, e observou verdadeiramente o momento e suas oportunidades, então é preciso seguir para um caminho que realmente faça sentido e seja resolutivo.


 “Há uma onda de gratidão porque as pessoas estão ficando cientes da importância disso e como isso pode mudar o mundo. (...) Se você é grato, você não sente medo. Se você não sente medo, você não é violento. Se você é grato, você age com um senso de suficiência, e não de escassez. Se você é grato, você entende a diferença entre as pessoas e é capaz de respeitar todas elas, e isso modifica essa pirâmide do poder sob a qual vivemos”, conclui ele. 

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Entrevista com

Mórris Litvak

Fundador da Maturi

Mudar de carreira pode ser mais comum do que você imagina

13 de Abril de 2020



Como lidar com a pressão do mercado de trabalho em idades mais avançadas? A resposta pode estar em si mesmo: reinvente-se. É o que acredita Mórris Litvak, fundador da Maturi, ex-Maturijobs, uma plataforma de recolocação profissional para adultos 50+. Confira a entrevista. 

Como surgiu a Maturi? A empresa surgiu em 2015 com o nome de Maturijobs. Seu principal propósito era ser uma plataforma de recolocação para pessoas da terceira idade. Minha gatilho inspiracional foi a minha avó, que trabalhou até os 82 anos. Quando ela parou de trabalhar, assistimos sua saúde indo ladeira abaixo. Eu já me interessava pelo assunto, já tinha feito trabalho voluntário com esse público, mas nunca trabalhado com isso. Então a partir desse evento comecei a pesquisar as oportunidades desse mercado, como engenheiro de software, que é a minha formação. 

Isso aconteceu quando? Lá para 2014 eu comecei a perceber que o Brasil estava envelhecendo e existiam poucas iniciativas para lidar com isso. Em 2015, quando estourou a crise econômica no país, muita gente começou a ser mandada embora, e as pessoas mais velhas foram as primeiras a sofrer esse impacto. Então sai do meu emprego e fui pesquisar e confirmei o que já sabia: havia um preconceito muito forte no mercado de trabalho com os maduros. Vi aí uma oportunidade de negócio, ninguém estava olhando para isso. Mais do que lucrar, vi uma oportunidade também de gerar impacto social, já que esse ageismo fazia muita gente sofrer. A gente logo percebeu que tinha uma demanda muito grande de pessoas buscando por isso. E em um espaço onde ela não se sentisse, em função da idade, menos importante, com menos oportunidade do que os outros, principalmente, para que não houvesse preconceito. 

Quais são os principais desafios desse mercado? Lançamos a plataforma em 2016, mas tem sido um grande desafio fazer as empresas abraçarem essa causa, e para funcionar, é preciso que elas também se interessem pela questão da diversidade da idade já que não existe cota e até agora nenhum tipo de incentivo pra isso. Para isso, começamos a oferecer para as empresas primeiro de forma gratuita. Hoje já temos vários serviços diferentes, como capacitação dentro dessas empresas, análise de perfil, integração intergeracional para que a empresa esteja mais preparada a receber o profissional com mais de 50 anos.Em paralelo a isso, começamos a fazer muita capacitação para esse maduro que está fora do mercado, para que ele conseguisse se formar e se virar sozinho, já que o número de vagas é pequeno. São poucas empresas que contratam de forma recorrente. Então a gente leva conteúdo de autoconhecimento, tecnologia, como ser autônomo, empreendedor e freelancer, workshops online e presenciais, eventos em várias cidades e muito conteúdo. 

Quais são os próximos passos? Lançamos no final do ano passado a Maturi Services, uma plataforma market place onde o maduro pode oferecer seus serviços como freelancer. E agora a gente vai lançar a Maturi Academy, onde vamos trazer bastante conteúdo seja pra quem tá buscando emprego, quer empreender e se sente perdido, ou está no mercado de trabalho mas precisa se atualizar, ou pra quem se prepara para se aposentar. Mudamos o nome da empresa para Maturi justamente para dissociar a ideia de ser somente jobs. 

Na sua trajetória, como você enxerga o tema mudança de carreira e os maduros? Hoje já se sabe que são mais do que 2 ou 3 carreiras que uma mesma pessoa vai ter durante a vida. Isso ocorre não só pelo fator longevidade, mas também por todas as mudanças que o mercado de trabalho vem sofrendo e vai sofrer cada vez mais e mais rápido. Vai ser uma coisa muito comum mudar de carreira e, para quem está nessa faixa de 50 e 60 anos, muitas vezes é o único caminho, porque o que ela fazia já não se faz mais da mesma forma, ou já foi até automatizado. Nesses casos, ou ela aprende a técnica nova ou não tem mais como trabalhar com aquilo. E além disso, existem outras 2 questões: às vezes a pessoa não consegue mais se manter no mundo corporativo, muito em função da idade, por mais atualizada que ela esteja. Daí elas buscam empreender, e para empreender, ela vai ter que buscar outra área, que faça mais sentido pra vida dela hoje. Essa é a segunda questão: o profissional sênior já vivencia uma fase diferente da vida, onde ele pesa o que faz sentido para sua vida, qual legado ele irá deixar, e não só o retorno financeiro que irá trazer. 

É aí que entram os sonhos e hobbys, que se tornam novas profissões . As pessoas estão buscando se atualizar para isso, ou buscando ambientações, e vendo que tornando essa possibilidade viável, um leque enorme de oportunidades se abrem. Ela vê sua experiência sendo aplicada de outra forma, em outro segmento. Hoje você tem a economia compartilhada com aplicativos e sites diversos, onde você pode começar a oferecer e se aquilo é viável e te dá prazer. 

Quais são as carreiras mais comuns nessa mudança de carreira? Muitos querem usar a própria experiência para trabalhar como consultor, mentor, assistente virtual, coisas que podem ser feitas de uma forma mais flexível, e atendem diferentes segmentos e públicos. Mesmo as que dizem respeito a hobbies, como artesanatos, demandam uma capacitação em marketing ou em mídias digitais, por exemplo, para que essa pessoa consiga vender esse produto depois. As mudanças de carreira mais “drásticas” são mais raras, mas também existem, como um ex-engenheiro que decide virar pintor. Mas mesmo ele precisa de algum tipo de mentoria além do que seu talento já traz.

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