Rafael Mantesso conta como graças ao seu cachorro Jimmy ele encontrou um ofício, superou a depressão e descobriu seu autismo
29 de Março de 2021
O episódio de Relações da quarta temporada do Podcast Plenae - Histórias Para Refletir, é composto por dois protagonistas igualmente importantes: Rafael Mantesso e seu cachorro, Jimmy. Subestima a relação entre o homem e seu animal de estimação somente àqueles que nunca vivenciaram de perto essa parceria tão potente.
Na procura de um cachorro perfeito ao lado de sua ex-mulher, Rafael buscava sem perceber a si mesmo. Isso porque todas as suas características até então incompreendidas pelo próprio eram objetivos a serem encontrados no cachorro que ele escolheria.
E assim foi. Jimmy, que recebeu o nome inspirado pela marca Jimmy Choo, queridinha de sua antiga companheira, é um reflexo do próprio Rafael. Difícil até mesmo de saber onde começa um e onde termina o outro.
Pertencente a raça bull terrier, o cão é também incompreendido por quem não o conhece e de cara sente medo. Talvez porque ele seja fora dos padrões impostos pela sociedade, mas aos olhos de Rafael, ele é “o cachorro mais lindo do mundo”. Dócil, leal, inteligente, silencioso e um tanto obsessivo, assim como seu tutor.
A conexão entre os dois era tão sólida que, ao final do relacionamento, Jimmy foi um dos “bens” nada materiais que ficou ao Rafael na partilha. Ali é quando a história de ambos se torna uma só: desempregado e abalado com o término, o publicitário retoma o velho hábito de desenhar, usando Jimmy como parte de suas composições.
O resultado ficou tão cativante e divertido que logo ganhou o mundo: milhares de seguidores, contratos com marcas - incluindo a própria Jimmy Choo - livros e ações com diferentes finalidades. Uma delas partiu de uma neurologista neozelandesa que pediu permissão para usar as imagens da dupla em um trabalho seu sobre autistas.
Sem saber, a especialista só confirmou o que há muito Rafael já desconfiava: ele era portador da Síndrome de Asperger, uma forma mais branda de autismo. No caso dele, a síndrome se manifestava por meio de problemas para interpretar linguagens não verbais, dificuldade de se relacionar com pessoas, intolerância ao barulho, hiperfoco e apego a rotina.
Desde então, mais do que postar o cotidiano da vida à dois, Rafael Mantesso também dedica-se a criar conteúdo para que outras pessoas como ele se identifiquem, saibam que não estão sozinhas -e que, claro, um cachorro é muito bem vindo, obrigado. Não perca essa potente narrativa, disponível em seu streaming de preferência, na quarta temporada do Podcast Plenae - Histórias Para Refletir.
Entrevista com
Diretora regional da Weleda Latim América
É possível estar mais conectado com a natureza em minhas práticas diárias? Confira a entrevista com a representante da farmacêutica natural Weleda!
4 de Novembro de 2021
No ano passado, desmistificamos mais um conceito e explicamos para você o que é a Antroposofia neste artigo especial. A filosofia milenar, que pode ser aplicada em diferentes áreas do conhecimento, busca, sobretudo, nos lembrar que a natureza não é algo que esteja em nosso entorno, mas sim, que somos parte dela.
Para Maria Claudia Pontes, diretora regional da Weleda Latim América, não somos um “produto acabado”, como nossa espécie insiste em acreditar. Se somos parte da natureza, logo, estamos em constante evolução. E é isso que a empresa centenária busca trazer em seus produtos: uma coexistência mútua que potencialize matérias-primas naturais e que podem ser usadas a nosso favor.
Confira a entrevista com a especialista e entenda como aplicar os conceitos de antroposofia em sua vida!
Em termos gerais, o que é a antroposofia?
Pra mim, a Antroposofia é uma ciência espiritual que considera o ser humano e a evolução dele. Eu a entendo de uma maneira muito simples: para mim, nós somos parte da natureza, e sendo parte dela, estamos em constante evolução, não somos seres acabados. A antroposofia ajuda a entender nossos ciclos para que a gente possa de fato ampliar a nossa consciência e nosso entendimento. Temos dentro de nós uma série de características dos outros reinos que habitam esse meio ambiente e esse cosmo como um todo.
E quais seriam elas?
Temos a força da pedra, que é uma matéria que está aqui na crosta terrestre e em nós, representa nossos ossos. Temos a vitalidade da planta, no sentido de fazermos trocas, respirarmos e a vida toda em si. Ainda temos a característica dos animais, que é o corpo anímico e se manifestam em nossas paixões, rejeições, simpatias e antipatias, nosso instinto de forma geral. Por fim, temos uma individualidade muito importante que nos permite pensar, refletir antes de agir, fazer as nossas escolhas e, à medida que as fazemos, ampliamos a nossa consciência.
Como a Weleda atua com base nos preceitos dessa filosofia?
Para nós, justamente por termos essa consciência de que somos apenas parte de um todo, é inaceitável destruir a natureza, porque de alguma maneira eu estou me destruindo ao mesmo tempo. Se eu agredir um solo, eu estou me agredindo. A ação desse homem, que do alto de sua ganância e irracionalidade, fica em busca do poder, da acumulação e competição, destrói tudo e não percebe que isso volta para ele. Essa é a visão que a Weleda nutre desde sua criação, há 100 anos. Desde sempre trabalhamos com solo orgânico, sem uso de pesticida, sem destruir. Acreditamos ainda que essas energias contidas nos animais de alguma maneira corrobora com a minha saúde, o meu equilíbrio. Quantas plantas estão à nossa disposição para que a gente busque nosso equilíbrio?
Para você, o que é a doença?
A doença nada mais é do que um estado de desequilíbrio. E isso pode morar nas coisas simples: dormir bem, se conectar com a natureza, respirar, se alimentar melhor. Nossas principais preocupações são garantir que aquele produto tenha vitalidade, não colocar nada de químico, não poluir, e isso obviamente tem um preço. Eu não cresço 100% ao ano porque eu respeito meu ciclo de natureza. Tem produto nosso aqui que demora 3 anos do cultivo até o frasco, então como posso crescer 100%? Eu venho num ritmo sustentável, não num ritmo de ganância, de acumular. Um calmante natural tem alta vitalidade porque reproduzimos o processo da própria natureza, usamos a planta seca, que não vem em um navio que polui o mar por onde passa, eu não acelerou o desenvolvimento dessa planta. A gente faz a coisa toda com muita consciência e muito respeito. Esse é o dia a dia que a gente coloca inclusive na nossa cultura organizacional.
Acredita que o mundo esteja seguindo esses preceitos?
O mundo ficou doente porque vivemos em um modelo grego, de homem, de poder, de competição. Acabou isso, não cabe mais, é preciso um turning point. Precisamos de mais características femininas, do cuidado, do acolhimento, do respeito, da colaboração. Acho que estamos exatamente nesse ponto de virada. Se você explorar o outro, os seus parceiros, vai gerar uma reação quase que imediata a você mesmo. O mundo está pedindo um capitalismo mais consciente, menos predatório, empresas que não te adoeçam como ser humano e que consigam fazer você, na sua melhor versão, brilhar. A gente espera que esse modelo de empresa se perpetue e o mundo está acordando para esses extremos.
É possível aplicar a antroposofia em nossos dias? Quais seriam os ganhos?
Acho que qualquer ser humano pode aplicar esse olhar para dentro de si de uma maneira mais aguçada e mais generosa. Essa empatia e esse respeito. A antroposofia em si te ensina determinadas práticas e rituais e ensinamentos que te ajudam a compreender a si mesmo. Aplicada na medicina, ela ajuda trazendo produtos naturais, sem químicas e elementos que agridam, na melhor qualidade possível da matéria-prima. Fora da farmácia, ela vai ajudando esse ser humano cada vez mais a entender a si e as suas necessidades. Então qualquer ciência ou filosofia que faça o mesmo e te ajude a ampliar a sua consciência e te fazer ser uma pessoa melhor, ela é bem-vinda.
Quais são as dicas para quem busca aplicar a antroposofia nos seus dias?
A primeira coisa que eu digo é: a natureza tem tudo que a gente precisa grátis. Para isso, não é preciso explorar desenfreadamente, mas sim, atentar-se a esse meio ambiente ao seu redor, buscar essa conexão. Contemple, admire, agradeça. Respire e sinta o ritmo do seu organismo, não acelere e nem desacelere. Perceba a si e não desrespeite o seu ser que é único. Reserve um tempo para auscultar sua alma e coração, tirar os ruídos que te cercam. Quando conseguir ter essa introspecção e perceber o que seu íntimo pede, aja segundo ele. Não siga bandos, reconheça sua unicidade e aja de acordo com ela, não para agradar os outros ou para seguir padrões. Cada um é único e a gente tem que respeitar. Por fim, busque sempre soluções naturais.
Conteúdos
Vale o mergulho Crônicas Plenae Começe Hoje Plenae Indica Entrevistas Parcerias Drops Aprova EventosGrau Plenae
Para empresas